metropoles.com

PEC da Anistia: votação de relatório é adiada após pedido de vista

PEC que anistia partidos que descumpriram destinação de verbas para mulheres e negros tem apoio de diversos partidos, como PL e PT

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
Imagem colorida do plenário da Câmara dos Deputados do Brasil (Congresso Nacional) - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do plenário da Câmara dos Deputados do Brasil (Congresso Nacional) - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A votação do parecer da proposta de emenda à Constituição (PEC) 9/23, a PEC da Anistia, prevista para esta quarta-feira (13/9), foi suspensa após um pedido de vista coletivo na comissão especial que analisa o texto.

Em parecer apresentado na terça-feira (12/9), o relator da PEC, Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), propôs o fim das sanções, multas e das suspensões de verbas para partidos que não destinaram valores mínimos dos repasses para negros o acréscimo proporcional de ao menos 30% para campanhas de mulheres nas eleições de 2022.

O texto tem autoria de dezenas de deputados de uma série de partidos, como PL, PT, PSD, PSB, PP, Avante, MDB, Podemos, Republicanos, PV e outras siglas.

Na comissão especial que analisa o texto, parlamentares do PSol se opuseram à proposta. Nomes como Fernanda Melchiona (PSol-RS), Chico Alencar (PSol-RJ) e Erika Hilton (PSol-SP) criticaram o texto e chamaram a proposta de “retrocesso”.

proposta será debatida após duas sessões do colegiado, conforme determinou o presidente da comissão. A previsão é que o relatório seja lido novamente no próximo dia 20/9.

Entenda o texto

Além da anistia aos partidos que não cumpriram as cotas, a proposta também livra de punições os partidos que tiveram irregularidades nas prestações de contas antes da data de promulgação da PEC.

De acordo com o texto, partidos multados pela Justiça Eleitoral poderão pagar a sanção com recursos do Fundo Partidário, em valor limitado a 10% da verba recebida mensalmente por cada legenda.

Além de concordar com o perdão às siglas, o parlamentar propôs a redução do repasse do Fundo Partidário para campanhas de pessoas pretas e pardas. O parlamentar sugeriu que o valor seja 20% dos fundos eleitoral e partidário.

A regra atual determina que a verba siga proporcionalmente o número de candidatos pretos e pardos que se candidataram pela legenda no ano eleitoral. O argumento apresentado pelo relator Antonio Rodrigues é de que a norma vigente é “complexa”.

“Parece-nos complexo o sistema de aferição criado pela Suprema Corte para dar concretude à sua decisão. A nosso ver, para que o sistema funcione adequadamente, devem estar presentes os atributos da simplicidade, objetividade e transparência. A partir desses requisitos, estamos a propor que um mínimo de 20% (vinte por cento) dos recursos de origem pública recebidos pelo partido seja destinado a candidaturas de pessoas pretas e pardas. É um sistema simples, de fácil compreensão por todos, e, principalmente, exequível”, escreveu no parecer.

Para que a PEC seja aprovada, é necessária votação do parecer na comissão especial. Depois, o texto deve ser levado ao Plenário da Câmara, onde precisa de 308 votos favoráveis. Em seguida, a proposta precisa ser analisada pelo Senado.

Críticas

O texto da PEC 9/23 tem sido alvo de críticas de uma série de entidades. Em nota, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) manifestou “preocupação e contrariedade” aos pontos do projeto.

De acordo com a entidade, a PEC promove “enfraquecimento no combate à fraude na cota de gênero, exigindo-se requisitos cumultativos para o reconhecimento do ilícito, bem como imposições de sanções mais brandas”. Além disso, a Conamp faz críticas ao texto da minirreforma eleitoral, que deve ter urgência votada no plenário da Câmara nesta quarta.

“Constata-se que as propostas apresentam profundas mudanças em conquistas já consolidadas, motivo pelo qual a Conamp manifesta preocupação e contrariedade à aprovação de pontos que representem graves retrocessos na legislação eleitoral”, consta no comunicado, assinado por Manoel Murrieta, presidente da Conamp.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?