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Pastores apontados como lobistas do MEC foram ao Planalto 35 vezes

O GSI recuou e liberou, nesta quinta-feira (14/4), lista com entrada e saída de pastores suspeitos de pedirem propina para prefeitos

atualizado

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Raimundo Sampaio/Esp. Metrópoles
Fotografia colorida da fachada do Palácio do Planalto
1 de 1 Fotografia colorida da fachada do Palácio do Planalto - Foto: Raimundo Sampaio/Esp. Metrópoles

Um dia após o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do Palácio do Planalto, decretar sigilo sobre a lista de encontros feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, o órgão, chefiado pelo general Augusto Heleno, voltou atrás. Em documento divulgado nesta quinta-feira (14/4), o GSI revela as datas e horários das visitas dos pastores ao Palácio do Planalto, desde 2019.

Os religiosos são suspeitos de pedirem propina para prefeitos em troca da liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC). Os dois estão sendo investigados pela Polícia Federal e negam irregularidades.

Segundo o documento disponibilizado pelo GSI, os dois pastores lobistas foram ao Palácio do Planalto, principalmente à Casa Civil, 35 vezes desde 2019. Sendo que Arilton esteve no prédio em todos os encontros. Em 10 delas, Gilmar esteve junto.

Em 2019, Arilton esteve reunido com membros do Planalto, 27 vezes. Em 2020, uma vez; em 2021, cinco; em 2022, duas. Já Gilmar, compareceu ao local em 2109, seis vezes; em 2020, uma vez; em 2021, duas vezes e em 2022, uma vez. Quase sempre, os dois estavam no prédio no mesmo horário.

Veja lista: 

Lista GSI by Manoela Alcântara on Scribd

Sigilo

A informação sobre o sigilo dos nomes partiu do jornal O Globo, que pediu, por meio da Lei de Acesso à Informação, a relação das entradas e saídas dos pastores no Palácio do Planalto. Em resposta, o GSI negou acesso às informações e afirmou que a solicitação “não poderá ser atendida”, pois a divulgação da lista poderia colocar em risco a vida do presidente da República e de seus familiares.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, mesmo sem cargo oficial no MEC, Arilton e o pastor Gilmar Silva dos Santos, que preside a igreja, comandavam uma espécie de “gabinete paralelo” no ministério.

Segundo a reportagem, eles atuaram facilitando o acesso de outras pessoas ao ministro e até participando de reuniões fechadas onde são discutidas prioridades da pasta e até distribuição de recursos da área de Educação.

Arilton Moura

Arilton Moura Correia já chegou a ser nomeado para um cargo comissionado na liderança do MDB na Câmara. Em 20 de maio de 2020, o religioso foi nomeado para o cargo de assistente técnico de gabinete adjunto do então líder do partido na Casa. O salário bruto mensal seria de cerca de R$ 5,5 mil.

Pouco mais de um mês depois, porém, a nomeação foi revogada em 25 de junho de 2020. Segundo fontes ligadas ao MDB, Arilton não chegou a tomar posse no cargo de fato por ter se recusado a bater ponto.

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