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Além do MEC, pastor Arilton Moura foi 90 vezes à Câmara, diz jornal

Arilton Moura e Gilmar Santos são acusados de cobrar propina de até R$ 40 mil para destravar demandas dos municípios no MEC

atualizado

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Palácio do Planalto
arilton moura gilmar santos bolsonaro
1 de 1 arilton moura gilmar santos bolsonaro - Foto: Palácio do Planalto

O pastor Arilton Moura – que se recusou a comparecer à Comissão de Educação do Senado Federal, na quinta-feira (7/4), para prestar esclarecimentos sobre suposto envolvimento no esquema de cobrança de propina para a distribuição de verbas a escolas públicas – esteve na Câmara dos Deputados 90 vezes.

Segundo o jornal O Globo, além de ter ido seguidas vezes à Casa Legislativa, o religioso também compareceu ao gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. De acordo com o relatório obtido pela reportagem, Moura visitou pelo menos 10 gabinetes de diferentes parlamentares.

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O deputado que mais recebeu o lobista foi João Campos (Republicanos-GO). O outro pastor envolvido no caso do Ministério da Educação (MEC), Gilmar Santos, também esteve com o parlamentar.

Sob o argumento de que tinham uma relação antiga, o deputado alegou que, nas vezes em que recebeu o pastor, Gilmar Santos pediu recursos de emenda parlamentar para uma fundação relacionada a uma igreja. Ambos os evangélicos investigados integram a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil.

“Ele falou que tinha um projeto social lá, (perguntou) se eu poderia ofertar uma emenda para isso. Mas a entidade dele não preenchia os requisitos para receber os recursos. Então, acabei não fazendo, mas, se estivesse regularizada, eu faria”, disse Campos à reportagem do jornal O Globo.

Veja os encontros dos pastores e as justificativas dos parlamentares para os encontros:

  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – não forneceu explicação sobre o motivo do encontro com Arilton. Dois dias depois, Arilton e Gilmar se encontraram com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.
  • João Campos (Republicanos-GO) – disse que Gilmar pediu recursos de emenda parlamentar para fundação ligada a uma igreja.
  • Marcelo Brum (União-RS) – alegou que Arilton compareceu ao gabinete para pedir recursos para os projetos sociais da igreja, direcionados a idosos.
  • Elias Vaz (PSB-GO) – afirmou que Arilton foi à Câmara pedir a filiação do genro do pastor Gilmar Santos ao Partido Socialista Brasileiro, para disputar a vaga de deputado estadual por Goiás. A filiação não foi concretizada por diferenças ideológicas.
  • Vicentinho Júnior (PP-TO) – afirmou que Moura esteve em seu gabinete com uma comitiva da Embaixada de Israel para convidar o parlamentar para um evento de tecnologia do Ministério da Agricultura.
  • Helio Lopes (União Brasil-SP) – não forneceu explicação sobre o motivo do encontro com Arilton.
  • Guiga Peixoto (União Brasil-SP) – não forneceu explicação sobre o motivo do encontro com Arilton.

Entenda o caso

Além de áudios atribuídos ao ex-ministro Milton Ribeiro, em que ele afirmava dar “prioridade” na destinação do dinheiro público aos municípios comandados por “amigos do pastor Gilmar Santos”, prefeitos também confirmaram que os religiosos cobravam propinas entre R$ 15 mil e R$ 40 mil para viabilizar construções de creches, escolas e institutos educacionais.

Prefeito de Luís Domingues, no Maranhão, Gilberto Braga (PSDB) relatou que Arilton Moura teria pedido 1 kg de ouro, durante uma conversa no restaurante Tia Zélia, em Brasília, após almoço informal com a presença do ministro.

A denúncia resultou na saída de Ribeiro do comando da pasta, hoje chefiada pelo interino Victor Godoy Veiga. Também foi aberta uma investigação pela Polícia Federal. Articula-se ainda a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar denúncias sobre o caso.

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