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Pandemia: 2,7 milhões de estudantes perderam merenda, diz estudo

Famílias afirmam que dependem da ajuda de projetos sociais e de amigos para alimentar os filhos com falta de auxílio do governo

atualizado

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JP Rodrigues/ Metrópoles
Merenda
1 de 1 Merenda - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

Cerca de 2,7 milhões de estudantes perderam a merenda escolar com o fechamento das escolas, de acordo com o Painel de Monitoramento da Educação Básica no Contexto da Pandemia, da Universidade Federal de Goiás (UFG) com apoio do MEC.

Ana Paula Rodrigues dos Santos, de 35 anos, é mãe de seis filhos e afirma que não consegue garantir a refeição das crianças com os R$ 446 da Bolsa Família. “Tenho quatro crianças nas escolas de São Pedro, mas a cidade não dá nada. Estou precisando muito. Eles tomavam café e almoçavam na escola”, conta Ana Paula. “Vivo da ajuda dos outros”, disse a mulher ao jornal O Globo.

Reportagem do jornal mostra que, com falta de apoio adequado do governo, famílias dependem da ajuda de projetos sociais e de amigos para custear o alimento dos filhos.

Ao O Globo, o presidente do Fórum Nacional de Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) e do Conselho Estadual de Alimentação Escolar de São Paulo, Marcelo Colonato, disse que, mais de um ano após o início da pandemia, não há mais desculpa para a falta de ação do governo. “Não dá para aceitar que as redes não tenham criado estratégias de atendimento”, afirma.

Valores

Escolas da rede pública foram autorizadas a garantir a alimentação dos alunos durante o período do ensino remoto, o equivalente a R$ 0,36 para matrículas de horário parcial a R$ 1,07 para alunos do horário integral. Os valores não são atualizados desde 2017.

Muitas cidades, no entanto, não entregaram o auxílio aos alunos. Ourinhos (SP), por exemplo, distribuiu apenas um kit em 2021, enquanto Rio Negrinho (SC) começou só nesta semana a fazer um levantamento para iniciar as entregas.

Outros locais, como em Nova Iguaçu (RJ), o benefício foi reduzido de R$ 110 para R$ 70 mensais em 2021. “Com R$ 70 só dá para comprar um arroz, um feijão e um óleo”, contou Luana Selga, de 40 anos, mãe de seis filhos. Ela conta que depende do projeto Faixa Preta de Jesus para garantir a alimentação das crianças.

Já outras famílias sofrem com a dificuldade do governo em distribuir o benefício. Em São Gonçalo (RJ), por exemplo, além de famílias que não receberam depósitos, muitas não chegaram ao menos a receber o cartão que dá acesso ao benefício. Um das famílias ouvidas pela reportagem, de Marisa Gabri da Sila Rodrigues, de 28 anos, apenas uma recarga de R$ 54 chegou, em março.

Em nota, a secretaria municipal de Educação de São Gonçalo afirmou que “vai entregar kits alimentação para os alunos, relativos aos meses de abril, maio e junho, tão logo seja concluído o processo licitatório para a aquisição dos alimentos”.

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