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“O tio machuca”, disse Henry, segundo o pai, 5 dias antes de morrer

Tio era como o menino chamava o Dr. Jairinho, o padrasto, que, junto com Monique Medeiros, mãe do garoto, foi preso acusado de homicídio

atualizado

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Reprodução redes sociais
Leniel e Henry Borel
1 de 1 Leniel e Henry Borel - Foto: Reprodução redes sociais

Rio de Janeiro – “O tio machuca”, disse o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, segundo afirmou o pai, Leonel Borel, em entrevista ao O Globo. O menino chamava de tio o padrasto, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior (sem partido). Dr. Jairinho e a mãe do menino, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, estão presos acusados pela morte do gartoto.

Monique alega que a história era fruto da imaginação da criança por conta da separação. Mas foi numa vídeochamada de celular com Henry, no dia 3 de março, cinco dias antes da morte do menino, nas presenças da avó materna Rosângela Medeiros e da babá Thayná de Oliveira, que o menino repetiu na frente de todos: “O tio machuca”.

Na 16ª DP (Barra da Tijuca), Thayná negou saber de agressões, mas mensagens trocadas entre ela e mãe relatam agressões sofridas por Henry dia 12 de fevereiro.

Leniel conta que ligou para o filho e percebeu que ele estava triste: “Ele atendeu todo tristinho. Eu perguntei o que houve. Ele me disse: ‘Papai, eu não quero ficar na casa nova da mamãe’. Eu perguntei o que tinha acontecido, e ele respondeu: ‘O tio me machuca’. Ele estava perto da avó, Rosângela, e da babá. Aí eu disse: ‘Vocês estão vendo aí que não é coisa da minha cabeça? Vocês não falam que sou eu que estou manipulando o Henry para falar isso?”, contou Leniel ao jornal.

Durante a ligação (por mensagem do WhatsApp), Rosângela teria dito: “Leniel, esquece isso. O Henry é muito inteligente. Ele está fazendo isso por causa da nova casa, pois ele não quer ficar lá. Inclusive a Thayná está do meu lado e disse que ela fica com o Henry o dia inteiro e só sai quando a Monique chega. Quando a Monique chega, ela dorme com ele”. Leniel diz não compreender a razão de elas protegerem Jairinho.

No mesmo dia, uma hora depois da conversa com a avó materna, Leniel diz que Monique ligou para avisar que tinha ido à psicóloga.

“Ela me ligou para dizer que o Henry estava morrendo de saudades de mim. Eu disse que também estava e que iria buscá-lo no fim de semana. Aí ela me disse que o Henry contou que o ‘tio’ machucava ele. Eu comentei que havia acabado de falar isso com mãe dela”, contou.

“Ela, então, falou: ‘Tira isso da cabeça que isso não acontece. Inclusive, a Thayná só sai quando eu pego o Henry. Ele passa poucos momentos em contato com Jairinho, porque ele chega muito tarde da Câmara. Ele nem tem contato com ele’. Aí eu disse que, a partir do momento que eu visse uma marca no meu filho, a nossa conversa seria diferente”, completou.

No sábado (6/3), Leniel percebeu um arranhão no nariz do menino. “Perguntei a ele o que era aquilo. Ele me respondeu: ‘Papai, eu não sei’. Hoje eu acho que ele foi coagido a não falar o que acontecia lá. Ele pode ter sido coagido”, disse.

Mãe e padrasto presos

Monique e Jairinho foram presos nessa quinta-feira (8/4) por 30 dias, por ordem da 2º Tribunal do Júri. Segundo a polícia, eles serão indiciados por homicídio duplamente qualificado e tortura.

Henry foi levado morto pelo casal para o hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, zona oeste, no dia 8 de março. O casal alega acidente doméstico, mas o laudo cadavérico apontou múltiplas lesões no corpo do garoto.

 

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