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“O certo é o equilíbrio”, diz Monja Coen, criticada por publicidade com Ambev

A budista diz que tem como objetivo fazer as pessoas repensarem a relação com o consumo excessivo de álcool

atualizado

Divulgação/André Spinola e Castro
Monja Coen

São Paulo – Monja Coen, um dos principais nomes ligados ao budismo no Brasil, assumiu o cargo de “embaixadora da moderação” da Ambev.

De acordo com a empresa, que fabrica cervejas, vinhos e outras bebidas, ela foi convidada para falar palavras de motivação sobre a mudança de comportamento em relação ao consumo excessivo de bebidas.

A monja zen budista de 74 anos anunciou a novidade no Instagram por meio de um conteúdo publicitário pago e não escapou das críticas de usuários nas redes sociais (veja abaixo).

Segundo os internautas, é contraditório uma figura religiosa, que tem como objetivo auxiliar na busca pela paz interior, associar sua imagem a uma empresa que vende bebidas alcoólicas.

Procurada pelo Metrópoles, Monja Coen disse se sentir “muito honrada” pelo trabalho. Ela diz que tem como objetivo orientar práticas de autoconhecimento e auto-observação para que as pessoas avaliem seu comportamento.

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Segundo ela, o caminho correto é o do “equilíbrio”, sem excesso e sem faltas, explica. “Acredito que o autoconhecimento é o portal de entrada para a liberdade. E liberdade significa também perceber que podemos impedir qualquer forma de abuso”, afirma à reportagem.

A líder ainda traz uma reflexão sobre o consumo de álcool. “Beber com moderação, ou seja viver, de forma equilibrada e consciente, beneficia tanto a si como a outras pessoas”, conclui.

A Ambev assinala que a parceria não inclui menção a produtos ou marcas. “Temos um objetivo em comum com a Monja, que é o de promover o equilíbrio e a moderação”, afirma a empresa, em nota. “Anunciamos em 2020 a meta de ajudar 2,5 milhões de brasileiros a reduzirem o consumo excessivo de álcool até 2022.”

Alcoolismo

Um estudo recente feito Ministério da Saúde revelou que, no primeiro ano da pandemia de Covid-19, a cidade de São Paulo registrou um aumento de 156,3% em mortes por transtornos mentais ou comportamentais causados pelo excesso do uso de álcool.

Os casos pesquisados são aqueles classificados, no atestado de óbito, pela causa da morte indicando o consumo de álcool, incluindo as intoxicações agudas seguidas de suicídios, acidentes e transtornos psicóticos, entre outros.

O levantamento não considera falecimentos por doenças crônicas ligadas ao consumo de álcool, como cirrose e pancreatite.






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