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Nova vítima relata assédio de Nabil Ghorayeb: “Passou a mão nos meus seios”

Mulher, que preferiu não se identificar, também denunciou o cardiologista ao Ministério Público de São Paulo. Caso segue em sigilo

atualizado

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Nabil Ghorayeb
1 de 1 Nabil Ghorayeb - Foto: Divulgação

Mais uma mulher relatou ter sido vítima do médico cardiologista Nabil Ghorayeb. Ela contou ao Metrópoles ter passado por momentos de constrangimento no consultório do médico, em São Paulo. A mulher, que preferiu não se identificar, revelou que agendou uma consulta com o profissional em 2003 por conta de sua reputação, mas foi surpreendida logo que chegou à clínica particular. “Fui com minha filha ao consultório, e, ao entrar na sala, ele perguntou à minha filha: ‘Lindos os seios dela, não?'”.

De acordo com a vítima, a terceira mulher a denunciar Ghorayeb ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), ela procurou o médico para acompanhar seu problema de hipertensão. Ela relata que, após a referência aos seios da filha, foi direcionada a uma maca: “Ele me levou para uma maca na mesma sala, para aferir minha pressão arterial. Passou as mãos em meus seios. Minha filha não viu, eu me controlei”.

A vítima diz que voltou ao consultório do médico para uma segunda consulta, mas, desta vez, deixou a filha no carro. Na ocasião, Ghorayeb a teria convidado para jantar naquele mesmo dia e foi em direção a ela, para tentar beijá-la na boca.

“Empurrei-o com toda a força fazendo o derrubar os porta-retratos da família, ao lado da mesa. Saí correndo, [com] vontade de gritar para a esposa dele, que tem um consultório ao lado da sala dele, ou para a secretária. Percebi que ninguém acreditaria em mim”

Vítima de Nabil Ghorayeb
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A mulher conta que teve receio de registrar boletim de ocorrência, “por medo da influência” de Ghorayeb. Após encontrar outras vítimas, porém, 17 anos após o ocorrido, ela criou coragem para levar o caso a público. “Quero acrescentar que o Nabil não me respeitou como mulher, nem como paciente. Ele sabia da minha hipertensão e o que poderia me acontecer com o assédio”, finaliza.

As acusações de assédio contra Ghorayeb começaram após a empresária Adriana R. C., de 42 anos, e a administradora de empresas Bárbara Leite, de 40, denunciarem o cardiologista ao MP de São Paulo por situações que também sofreram no mesmo consultório da capital paulista (leia os relatos completo aqui). O caso é investigado pela Polícia Civil de São Paulo como importunação sexual, e segue em segredo de Justiça.

As vítimas buscaram a procuradora de Justiça Gabriela Manssur por meio das redes sociais. Segundo a procuradora relatou ao Metrópoles, elas foram ouvidas por meio de videoconferência no projeto Justiceiras. As denúncias foram encaminhadas ao canal Ouvidoria das Mulheres, da Ouvidoria Nacional do Ministério Público, que mandou os relatos das vítimas para autoridades competentes tomarem providências.

As vítimas eram auxiliadas pelo escritório de advocacia Claro & Serrano. No último dia 24, porém, a advogada Mariana Serrano abandonou o caso, alegando “que não obteve acesso aos autos durante o período em que representou as vítimas e que, por questões profissionais, não fará nenhuma observação sobre o caso, a fim de resguardar o direito das vítimas”.

A advogada de Bárbara, Luiza Eluf, afirmou ao Metrópoles que a Polícia Civil de São Paulo, assim como o Ministério Público, investiga o caso e que ainda não conseguiu acesso ao inquérito.

Afastamento

Após as acusações de assédio, Nabil Ghorayeb foi afastado, na última terça-feira (25/5), do Hospital do Coração de São Paulo (HCor). Em nota à imprensa, a entidade afirmou que a decisão foi conjunta, e esclareceu que os casos de assédio não aconteceram nas dependências do hospital.

“O HCor e o médico Nabil Ghorayeb definiram, de forma conjunta, formalizar o seu afastamento temporário das atividades no hospital até a apuração dos fatos. Conforme noticiado, as denúncias — que não ocorreram nas dependências do HCor — já estão sendo devidamente apuradas pelas autoridades competentes. Não há na ouvidoria do hospital manifestações referentes a assédio praticados pelo médico na instituição”, disse o hospital.

Em sua defesa, Ghorayeb também declarou, em nota, que que as informações “são inverídicas, infundadas e descabidas as acusações a ele atribuídas”. Segundo o cardiologista, um dos mais famosos no meio esportivo, não é possível “entender a motivação de acusações caluniosas e difamatórias, sem apresentar nenhuma prova”.

Ghorayeb ainda diz que medidas judiciais serão adotadas “contra irresponsáveis declarações”.

O médico é responsável por uma coluna de medicina esportiva no Globo Esporte. O Metrópoles pediu posicionamento da emissora sobre o caso, mas, até o fechamento deste texto, não recebeu respostas. O espaço segue aberto para atualização.

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