metropoles.com

Mulher de preso pela PF recebe R$ 22,8 mil de pensão do Exército

Ailton Barros foi preso pela PF em operação que apura fraudes em cartões de vacina. Esposa recebe pensão desde 2008

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Jair Bolsonaro e Ailton Borges
1 de 1 Jair Bolsonaro e Ailton Borges - Foto: Reprodução

Dados do Portal da Transparência apontam que Marinalva Barros, esposa do ex-major do Exército Ailton Barros, preso pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (4/5), recebe pensão militar de R$ 22,8 mil.

Ailton foi detido na Operação Venire, que investiga suposto esquema de fraudes em dados do Ministério da Saúde para adulterar informações de cartões de vacina contra a Covid-19. Entre os supostos beneficiados pelo esquema está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a página do governo federal, Marinalva recebe o benefício como viúva. Isso ocorre porque Ailton foi expulso da corporação. De acordo com o Exército, os sistemas de informática da autarquia o registram como “morto” por questões burocráticas.

0

Em 2006, o Superior Tribunal Militar (STM) expulsou Ailton Barros do Exército, por unanimidade. A lista de transgressões às regras militares foi longa e incluiu uma acusação contra o então capitão por atropelar de propósito um soldado do Exército em 1999, como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles.

Na decisão do STM, há uma menção a um suposto abuso sexual de Barros contra uma mulher em um acampamento militar em Natal (RN). Esse crime não foi analisado por questões processuais.

De acordo com o Portal da Transparência, a “viúva” de Ailton, Marinalva Leite da Silva Barros, recebe a pensão desde 2008. O último registro do portal aponta que, em fevereiro deste ano, a remuneração bruta era de R$ 22,8 mil.

Com descontos como o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRPF) e o fundo de saúde, o valor após deduções foi de R$ 14,9 mil. Em novembro de 2022, ela chegou a receber R$ 11 mil a mais devido à gratificação natalina. Veja:

0

Operação Venire

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

Ao menos dois ajudantes de ordem e seguranças do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram presos. Um deles é o ex-policial Max Guilherme, ex-assessor especial de Bolsonaro.

Segundo a PF, as inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários.

Em investigações, agentes da PF descobriram mensagens em que Ailton Barros diz saber quem é o mandante da execução da vereadora Marielle Franco.

Compartilhar notícia