Mulher agredida pelo namorado pede ajuda em prontuário: “SOS ajuda”
Mulher fingiu que estava passando mal e foi levada ao hospital para uma consulta. Ela aproveitou a distração dele e escreveu a mensagem
atualizado
Compartilhar notícia
Para se livrar das agressões e do cárcere privado, uma mulher de 42 anos precisou fingir que estava passando mal e pedir socorro no posto de saúde, escrevendo “SOS Ajuda” no prontuário médico. O caso aconteceu nessa segunda-feira (15/3) em Cidreira, no litoral norte do Rio Grande do Sul.
Segundo a Polícia Civil a vítima sofreu agressões do namorado por 15 dias e só foi “salva” após a enfermeira que a atendia ter acionado a Brigada Militar, que prendeu o agressor em flagrante.
De acordo com informações do delegado Alexandre Souza, a mulher informou ser vítima de violência desde o início do relacionamento, em agosto do ano passado.
“Ele é agressivo, ameaçava ela e a família. Há cerca de 15 dias, se mudaram para Cidreira, e durante esses 15 dias o autor manteve a vítima em cárcere privado. Quando saía, levava as chaves. Batia nela diariamente, mantinha relação sexual forçada, humilhava psicologicamente”, resumiu o delegado.
Cárcere
A vítima alegou ainda que o homem fazia pressão psicológica além de física e sexual. Ela também não conseguia denunciá-lo porque sempre que ela falava com familiares pelo celular, ele ficava ao lado dela, monitorando a conversa.
“Quando a espancava, botava som alto para ninguém ouvir, falava que sabia onde bater para não deixar marcas”, completou o delegado.
O delegado elogiou a coragem da mulher: “Louvável a participação pró-ativa da vítima, que simulou que estava passando mal”. Já que mesmo durante todo o atendimento, o homem ficou ao lado dela e em um momento de distração, ela conseguiu pedir a ajuda escrevendo a mensagem para a enfermeira.
Histórico
A polícia informou que o suspeito possui longo histórico de crimes. “Ele tem uma ficha de três páginas. É um sujeito altamente agressivo. Desde 2002 já tem ocorrências de Maria da Penha”, destacou a corporação.
O homem também respondeu por crimes como tráfico. E também dizia que tinha arma e ameaçava os filhos dela, de outro relacionamento. Para denunciar casos de violência à mulher, o número é 180.
Caso semelhante
No início deste mês, agentes da Prevenção Orientada à Violência Doméstica e Familiar (Provid), do 14º BPM, deram suporte a uma mulher mantida em cárcere privado pelo companheiro, em Planaltina.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada para verificar a denúncia. A vítima pediu socorro a um bancário, em Sobradinho, no momento em retirava um benefício. Ela entregou bilhetes para o funcionário, nos quais alertou sobre a situação e informou o endereço onde residia. Ela ainda deu orientações ao policiais.
“Você pode me ajudar. Violência doméstica. Ele tá aí fora…”, escreveu a vítima, de 27 anos. Além disso, colocou um “X”, sinal de que uma mulher está sendo vítima de violência doméstica.
Veja os bilhetes:
Os policiais seguiram até a casa da mulher, mas não a encontraram. O suspeito também não foi localizado no local. Posteriormente, a equipe da Provid encontrou a mulher e os dois filhos, de 1 e 3 anos, no Módulo 19 da Estância Mestre D’Armas.
A vítima confirmou à corporação as denúncias descritas à bancária. Ela relatou que sofria constantes agressões verbais e também estava sendo impedida de sair de casa, ou seja, era mantida em cárcere.
A mulher foi encaminhada à 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), onde registrou a ocorrência. A vítima e os dois filhos foram acolhidos pelo governo.