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MPGO recebe 40 denúncias contra João de Deus em menos de oito horas

Do total, 35 foram enviadas ao Ministério Público de Goiás por e-mail exclusivo para relatos de vítimas. Endereço foi criado nesta segunda

atualizado

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1 de 1 MPGO - Foto: Divulgação/MPGO

Balanço divulgado pela força-tarefa criada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) mostra que, apenas nesta segunda-feira (10/12), quando investigação conjunta do MPGO com a Polícia Civil goiana foi instaurada contra João de Deus, 40 mulheres denunciaram às autoridades goianas abusos sexuais supostamente praticados pelo médium.

O MPGO criou um e-mail exclusivo para receber relatos de vítimas do cirurgião espiritual e, em menos de oito horas após tornar público o endereço – denuncias@mpgo.mp.br –, 35 ex-pacientes enviaram relatos de estupros e abusos. Outras cinco vítimas procuraram a sede do órgão.

A triagem dos casos está sendo realizada, e essas novas denúncias somam-se às mais de 200 vítimas estimadas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), conforme revelou o programa televisivo Fantástico, na noite de domingo (9).

As oitivas de todas as vítimas estão sendo agendadas para os próximos dias. Duas psicólogas e cinco promotores foram designados para a força-tarefa pelo procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto.

O Ministério Público goiano esclarece que não há necessidade de vítimas de outros estados se deslocarem a Abadiânia (GO), onde teriam ocorrido os abusos. Os relatos poderão ser encaminhados por esse e-mail, cujo sigilo é assegurado. As vítimas também podem registrar seus depoimentos em suas próprias cidades, pois há uma articulação entre os MPs para o acolhimento desses casos.

Abusos durante atendimentos
O médium foi acusado de “fraude sexual” pela primeira vez em 2008, conforme revelou a revista Veja Brasília em 2013. Uma moça, na época com 16 anos, sofria com crises de pânico e buscou a Casa Dom Inácio de Loyola, centro espírita onde João de Deus faz os atendimentos e local onde teriam ocorrido casos de estupro e abusos.

De acordo com o relato da adolescente no processo, o modo de agir do médium, na ocasião, foi idêntico ao denunciado por várias vítimas. Quando a jovem entrou, acompanhada do pai, João teria pedido ao homem que ficasse de costas e com os olhos fechados. “Ele acariciou os seios, barriga, nádegas e virilha da menina”, descreve a ação. E ainda sustenta: “Não satisfeito, o denunciado segurou, por cima da roupa, a mão da vítima, movimentando-a para cima e para baixo sobre seu órgão genital, afirmando que através daquele tratamento ela seria curada”.

Inocentado
A juíza da comarca de Abadiânia, Rosângela Rodrigues Santos, considerou em sua sentença que não há como tipificar no episódio o crime de fraude sexual, previsto em quatro hipóteses: substituição de uma pessoa por outra, quando o agente simula celebração de casamento, má-fé em união por procuração e em caso de estado de sonolência da vítima.

No documento, a magistrada disse ter convicção de que o ato foi praticado, mas considera que a moça, embora com síndrome do pânico, tinha condições de evitar o episódio, por exemplo, pedindo ajuda ao pai, que estava na sala. O médium foi inocentado em 2010, sob o argumento de falta de provas para a condenação.

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