Parte dos caminhoneiros retomou alguns bloqueios e manifestações antidemocráticas em rodovias do país nesta sexta-feira (18/11). Há bloqueios em estradas federais de pelo menos dois estados: cinco em Rondônia e três interdições parciais em Mato Grosso.
Também há relatos de paralisações de caminhoneiros e protestos, sem necessariamente a interdição de pistas.

Bloqueio de caminhoneiros em Mato GrossoReprodução

Caminhoneiros bloquearam rodovia em RondôniaReprodução/Facebook

Eliseu Romário incentiva paralisação de caminhoneirosReprodução

Caminhoneiros bloquearam rodovia por algumas horas em Cristalina, GoiásReprodução

Caminhoneiros fizeram manifestação em rodovia na altura de Birigui em São PauloReprodução/Facebook
Os cinco bloqueios de Rondônia são na BR-264, nas cidades de Vilhena, Cacoal, Presidente Médici e Ji-Paraná, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No Rio de Janeiro, houve registro de manifestações de caminhoneiros na BR-116, BR-101, BR-040, BR-393 e BR-493. Durante a madrugada, houve bloqueio em rodovias que passam por Cristalina, no Entorno do DF, mas a via foi liberada pela PRF ainda na manhã.
É guerra
Líder de caminhoneiros, Eliseu Rosário fez um vídeo convocando a categoria para a paralisação. Ele aparece nas imagens em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia.
“Nós não estamos em uma movimentação de paralisação, nós estamos em uma guerra. E pedimos também que a PRF nos ajude e não venha se intrometer, porque, se vier, não vai ser coisa boa, porque guerra é guerra”, ameaçou Eliseu na gravação.
Veja o vídeo:
O caminhoneiro ainda fala, no vídeo, que os manifestantes vão “tacar fogo” para dar uma lição no ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele também ameaça profissionais que não aceitarem participar do protesto. “Pode ter sua carreta pegando fogo”, afirmou.
Exaltação
Em grupos bolsonaristas nos aplicativos de mensagens, defensores de pautas antidemocráticas comemoraram as manifestações.
Movimentos de caminhoneiros que não são ligados a Bolsonaro são contrários a essas paralisações, principalmente os autônomos. Eles alegam que o movimento golpista atual seria, na maioria, composto de caminhoneiros ligados ao plantio de grãos, que só deve ter colheita e necessidade maior de transporte a partir de janeiro.

Caminhoneiros e pessoas ligadas ao agro fecham a BR-251 no quilômetro 14. São liberados somente serviços de saúde. Motoristas que precisam transitar pelo trecho tentam argumentar com os manifestantes, que se recusam a permitir passagem. Vinícius Schmidt/Metrópoles

Dados divulgados pela PRF nas redes sociais apontam que o país tem 183 pontos de interdição e 88 bloqueios em rodovias de 22 estados e do Distrito FederalVinícius Schmidt/Metrópoles

Eles se recusam a permitir passagemVinícius Schmidt/Metrópoles

Na madrugada desta terça (1º/11), o STF confirmou decisão que obriga ação da PRF para desobstruir viasVinícius Schmidt/Metrópoles

Motoristas que precisam transitar pelo trecho tentam argumentar com os manifestantesVinícius Schmidt/Metrópoles

São liberados somente serviços de saúde Vinícius Schmidt/Metrópoles

Manifestantes bloqueiam rodovias em Cristalina, Goiás, após resultado das eleiçõesDivulgação/PRF-DF

Caminhoneiros bloqueiam rodoviaRafaela Felicciano/Metrópoles
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) informou ter consciência de atos antidemocráticos feitos por caminhoneiros em Santa Catarina e Mato Grosso. A entidade manifesta-se contra esses protestos golpistas.
Contas bloqueadas
No último sábado (12/11), o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas de 43 empresas e pessoas físicas por financiarem atos antidemocráticos. A decisão foi noticiada nesta quinta.
Moraes determinou que a Polícia Federal colha depoimentos de todas as empresas e pessoas listadas. Na decisão, o ministro citou o deslocamento de 115 caminhões para o QG do Exército, em Brasília, onde os manifestantes se concentram.
“Efetivamente, o deslocamento inautêntico e coordenado de caminhões para Brasília/DF, para ilícita reunião nos arredores do Quartel General do Exército, com fins de rompimento da ordem constitucional – inclusive com pedidos de ‘intervenção federal’, mediante interpretação absurda do art. 142 da Constituição Federal – pode configurar o crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal)”, diz trecho da decisão.