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Ministério da Saúde admite que criança de SP não teve reação à vacina

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visitou a família acompanhado da ministra Damares Alves, que não mencionou conclusão dos especialistas

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
ministra damares alves e ministro marcelo queiroga
1 de 1 ministra damares alves e ministro marcelo queiroga - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em nota, o Ministério da Saúde reafirmou, nesta sexta-feira (21/1), que não há qualquer relação entre a aplicação da vacina e o caso da menina de 10 anos, moradora de Lençóis Paulista (SP), que sofreu uma parada cardíaca 12 horas depois de receber o imunizante pediátrico da Pfizer.

“O parecer conclusivo, já divulgado pelo estado, foi que não existe relação causal entre a vacinação e o quadro clínico apresentado, portanto, o evento adverso pós-vacinação foi descartado”, ressalta o Ministério da Saúde, em nota. “A pasta destaca que a vacinação é segura e foi autorizada pela Anvisa.”

O episódio mobilizou duas autoridades do governo Bolsonaro: Marcelo Queiroga, titular da Saúde, e Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos (MDH), visitaram a família da criança na quinta-feira (20/1). Em relato feito no Twitter, porém, Damares omitiu a informação de que o governo do estado de São Paulo descartou qualquer relação entre o evento adverso e a doença.

A ministra mencionou que até mesmo o presidente Jair Bolsonaro entrou em contato, por telefone, com os familiares da criança. Damares disse também que o caso será acompanhado por equipe do MDH e da Saúde. Marcelo Queiroga chegou a republicar o relato, mas logo depois o desfez.

Veja o pronunciamento completo do Ministério da Saúde:

“O Ministério da Saúde foi notificado do caso e acompanhou a investigação conduzida pela Secretária de Saúde de São Paulo. O parecer conclusivo, já divulgado pelo estado, foi que não existe relação causal entre a vacinação e o quadro clínico apresentado, portanto, o evento adverso pós-vacinação foi descartado.

A paciente tem uma pré-excitação no eletrocardiograma, característica da síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW). Esta é uma condição congênita que leva o coração a ter crises de taquicardia. A WPW é a mais comum causa de morte súbita por arritmia ventricular. A síndrome de Wolff-Parkinson-White, até então não diagnosticada e desconhecida pela família, levou a criança a ter uma crise de taquicardia, que resultou em instabilidade hemodinâmica.

A pasta destaca que a vacinação é segura e foi autorizada pela Anvisa. O Ministério da Saúde segue monitorando a ocorrência dos eventos adversos pós-vacinação, em parceria com as secretarias municipais e estaduais de saúde. Os registros de eventos adversos são notificados no Sistema e-SUS pelos profissionais de saúde da rede pública, incluindo erros de imunização.”

Relembre o caso

A criança vive em Lençóis Paulista, interior de São Paulo, mas está internada no Hospital Unimed de Botucatu. Queiroga e Damares chegaram à cidade no fim da tarde e se reuniram com a família da menina de 10 anos e com o corpo médico da unidade.

De acordo com investigação do governo de São Paulo, o evento adverso não teve relação com a vacina. Em nota, o estado informou que “a análise realizada por mais de 10 especialistas apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico”. A análise dos especialistas se baseou em exames e nos dados do prontuário da paciente no hospital.

Após o caso de parada cardíaca, a prefeitura de Lençóis Paulista suspendeu a vacinação infantil na cidade.

Em entrevista ao Metrópoles, Anderson Prado, prefeito do município, disse que tomou a decisão por uma questão de segurança e reconheceu que não havia nenhum tipo de relação comprovada entre a aplicação da vacina e a parada cardíaca.

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