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Crueldade: homem mata onça-pintada no Pantanal e se gaba do crime

Vídeo que viralizou mostra homem abraçado ao corpo de onça-pintada morta. Polícia ambiental, Ibama e PF foram acionados

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Homem abraçado a corpo de onça-pintada morta
1 de 1 Homem abraçado a corpo de onça-pintada morta - Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) apura vídeos que circulam nas redes sociais, onde um homem armado aparece deitado no chão e abraçado ao corpo de uma onça-pintada adulta. O animal havia sido morto com um tiro na cabeça (veja o vídeo, de cenas fortes, abaixo).

As imagens, segundo o Instituto SOS Pantanal e a PF, foram gravadas no Pantanal mato-grossense, na região de Poconé. Em uma das cenas, o animal morto é exibido na carroceria de uma caminhonete. Uma pessoa diz ao fundo: “Não tem mamãe. Caiu na Lapada do Língua Preta e está no pau. É nós!”

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Já no momento em que aparece abraçado com a onça abatida, ele faz comentários de cunho sexual, se gabando. “Chora não, bebê! Aqui não tem mamãe e nem papai. É Lapada do Língua Preta. Você não vale b* nenhuma, sua filha da p*. Se você fosse fêmea, eu dava uma ‘encoxada’ em você. Sua sem vergonha. Não vale nada. Aí viu? É assim que o homem faz. Obrigado!”

O argumento usado pelo autor dos disparos é de que a onça teria comido bezerros da sua fazenda.

Ainda de acordo com a organização de preservação, as autoridades ambientais locais e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já têm a identidade das pessoas envolvidas, depois de denúncias de outros pantaneiros que condenaram a atitude cruel.

Animal era conhecido na região

De acordo com o biólogo e diretor de comunicação do SOS Pantanal, Gustavo Figueiroa, o animal era visto regularmente na região. “Ele já era registrado, era um animal que costumava circular pelo entorno das fazendas perto de onde foi morto. É uma perda muito grande tanto para a biodiversidade quanto para o turismo”, afirmou.

Segundo ele, as onças, além de serem importantes para o Pantanal, são uma “fonte de renda” essencial para o turismo da região. “As pessoas vêm para ver a onça viva. Sem falar da perda gigantesca que é para a biodiversidade a perda da vida deste animal. É uma perda econômica para a população”, analisou.

Na região onde a onça-pintada foi morta, ainda é comum este tipo de caça predatória ilegal, mesmo que tenha havido redução de crimes do tipo por conta dos trabalhos de conscientização e com o crescimento do ecoturismo.

“Tivemos diminuição (destas práticas), mas ainda é comum ver isso acontecer com uma certa frequência, quando onças atacam o gado ou por medo do animal”, ressaltou Gustavo Figueiroa.

Vale ressaltar que o crime de caça, previsto no Art. 29 da lei 9.605/1998, na seção dos crimes contra a fauna, prevê pena de detenção de seis meses a um ano, e multa.

“Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”, diz trecho da lei.

No Brasil, a onça-pintada pode ser encontrada na Floresta Amazônica, na Mata Atlântica, no Pantanal e no Cerrado. A sobrevivência da espécie é ameaçada pelo crescente contato com seres humanos, o avanço do desmatamento e da agropecuária.

De olho no Pantanal

O Pantanal voltou a ser evidência na mídia desde a estreia da novela da TV Globo, transmitida no horário nobre da emissora. Para Gustavo, é o momento ideal para reforçar na população brasileira o foco de alerta para as questões ambientais deste bioma.

“A gente espera que o foco seja de alerta: mostrar que o Pantanal é um lugar maravilho, mas também muito sensível e delicado. A ideia é chamar atenção para as ameaças e para estimular que as pessoas venham visitar”, concluiu o biológico do instituto que atua em frentes como a comunicação do Pantanal e políticas públicas para o desenvolvimento socioeconômico da região.

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