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Chapada dos Veadeiros: governo prepara parque em área alvo de desmatamento

Região da Catarata dos Couros teve duas ações ilegais em junho e deve abrigar unidade de conservação. Projeto está em fase de elaboração

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Na foto, a chapada dos Veadeiros (GO) - Metrópoles
1 de 1 Na foto, a chapada dos Veadeiros (GO) - Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Depois de dois episódios de desmatamento ilegal desde o início de junho, inclusive do prefeito de Cavalcante, o governo de Goiás tem planos para criar um parque estadual na região da Chapada dos Veadeiros. Já em fase de elaboração, a unidade de conservação deve ser criada na cidade de Alto Paraíso, na região turística da catarata do Rio dos Couros, em uma área de 5 mil hectares.

A ideia é que o parque seja gerido em conjunto pelo governo de Goiás e pela prefeitura de Alto Paraíso – o processo já está andamento e envolve área vinculada ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A titular da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), Andréa Vulcanis, já enviou um ofício, assinado em conjunto com o prefeito Martino Mendes (PR), para pedir que a superintendência regional do Incra dê início ao procedimento no que tange à área sob instância do órgão federal – o assentamento Esusa.

Um grupo de trabalho também deve ser criado nos próximos dias para discutir estudos e documentações da área – o processo envolve georreferenciamento da área, formação de conselho gestor e criação de um plano de manejo.

Se sair do papel, o parque, cuja criação se discute há anos, integrará outras áreas de proteção ambiental (APAs), como a de Pouso Alto, e reservas de patrimônio natural. A região goiana já tem o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, tombado como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Áreas ameaçadas

Nesta semana, o governo de Goiás deflagrou na região a Operação Presença, que identificou desmatamento ilegal e mineração sem licenciamento e multou em R$ 169 mil o prefeito de Cavalcante, Josemar Saraiva Freire (PSDB), que também teve duas máquinas apreendidas por desmatar o Cerrado nativo da região. Ele alegou ter documentos para fazer a “limpeza do pasto”, mas foi contestado pela Semad.

No início do mês, habitantes do território quilombola Kalunga e guias turísticos da Chapada dos Veadeiros denunciaram o desmatamento de mais de mil hectares de cerrado, na cidade de Cavalcante. As regiões devastadas estão não só no território Kalunga, como também em uma parte da APA de Pouso Alto.

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