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Mãe se revolta após filha morrer em exame com contraste: “Cheia de vida”

Jane Alves de Souza, mãe da psicóloga Bruna Nunes Faria, prestou depoimento à polícia. Relatório apontou paradas cardíacas após contraste

atualizado

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goias psicologa morre contraste
1 de 1 goias psicologa morre contraste - Foto: Reprodução

Goiânia – A mãe da psicóloga Bruna Nunes de Faria, Jane Alves de Souza, foi ouvida pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). O depoimento ocorreu nessa quarta-feira (28/12), uma semana após a morte da jovem, de 27 anos. Bruna morreu no último dia 21 de dezembro após realizar um exame com contraste no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, situado no Setor Marista, na capital goiana.

A psicóloga realizava exames para investigar dois Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), sofridos há cerca de 50 dias, conforme a família. A jovem fez uma bateria de exames para descobrir a causa, entre eles, outros procedimentos com contraste. No entanto, segundo a mãe, ela nunca havia se sentido mal com o medicamento. Conforme o relatório médico, Bruna começou a se sentir mal cerca de 30 segundos após a aplicação do contraste.

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Investigação

Jane cobra a investigação detalhada do caso. “A gente espera muito que a justiça seja feita e que tudo seja investigado com muito critério porque não quero que nenhuma outra mãe passe pelo que estou passando, levar uma filha feliz, cheia de vida e de sonhos, e sair com ela morta de um exame”, disse ela ao portal G1.

“Ela entrou muito bem [na clínica] e como ela já tinha feito três exames iguais, então, o que aconteceu? Eu quero saber. Foi o contraste, uma dose a mais? Foi o preparo que não tiveram? Ela já tinha tomado três contrastes e não teve reação nenhuma”, desabafou a mãe.

Por meio de nota, a clínica CDI lamentou a morte da jovem e explicou que a reação que ela pode ter sofrido ao contraste para fazer uma ressonância magnética é extremamente rara. “O contraste para exames de imagem utilizado em Bruna é um medicamento seguro, tendo reações graves em menos de 0,01% dos pacientes”, diz o documento.

Ainda de acordo com o estabelecimento, “está apurando as informações, fornecendo todos os documentos solicitados e cooperando ativamente com as autoridades que buscam esclarecem o caso”.

30 segundos

O relatório médico sobre a morte da psicóloga relata que ela começou a passar mal cerca de 30 segundos depois da aplicação do contraste. Os problemas começaram a ser sentidos entre 9h30 e 9h40 e a morte foi constatada às 10h09 do dia 21 de dezembro.

Apesar da suspeita de que a morte possa ter sido causada por uma reação ao contraste, o laudo que vai determinar a causa da fatalidade só deve ficar pronto na próxima semana. O delegado responsável pelo caso, Kleyton Manoel, informou que não vai comentar sobre as investigações no momento.

Contraste vencido

O ex-sócio da clínica onde Bruna passou mal e morreu é acusado de liberar o uso de contraste vencido em 2020. O processo por uso de produto impróprio para consumo está na Justiça. No entanto, o médico nega qualquer irregularidade.

A ação foi denunciada pelo médico Ary Monteiro Daher do Espírito Santo, um dos donos do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, e que recebeu a denúncia do caso por meio dos funcionários. Segundo o processo judicial, um lote de contraste venceria no dia 30 de abril de 2020.

O problema foi descoberto por um funcionário que foi ao estoque da clínica para substituir o material e deixar um lote dentro da validade. Porém, o então sócio da clínica, o médico Celso Augusto de Paula Nunes teria dito que não era necessário fazer a troca, pois o produto seria de boa qualidade e ainda poderia ser aplicado mesmo alguns dias após o vencimento.

Um inquérito policial foi aberto em outubro de 2020 para apurar o caso. Em depoimento, Celso informou que não era responsável pelo gerenciamento do estoque dos medicamentos e negou ter sido informado sobre a validade do contraste.

De acordo com a defesa do médico, “não existe nenhuma prova que indique que o contraste estava vencido, tampouco a sua utilização pelo paciente” no processo.

Atualmente, o CDI é gerido por dois grupos distintos. Um sob responsabilidade dos médicos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes Dourado e outro sob o comando dos médicos Ary Monteiro Daher e Adriana Maria Monteiro, sendo que o procedimento que a jovem realizou faz parte dos serviços prestados pela equipe chefiada por Ary e Adriana. Os grupos estão em fase final de separação judicial.

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