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Lula: acabar com a fome e retomar democracia são mais difíceis do que ir à Lua

Presidente Lula falou com a imprensa em Joanesburgo, na África do Sul, após a conclusão da 15ª cúpula de chefes de Estado dos Brics

atualizado

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Ricardo Stuckert/PR
Imagem colorida mostra presidente Lula no Brics com fundo azul
1 de 1 Imagem colorida mostra presidente Lula no Brics com fundo azul - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ao responder pergunta sobre a persistência da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insistiu, nesta quinta-feira (24/8), que só quer tratar do assunto quando os dirigentes dos dois países quiserem negociar a paz e disse que está concentrado numa “guerra” no Brasil, contra a fome e para “restabelecer a democracia”. Lula falou com a imprensa em Joanesburgo, na África do Sul, logo após o término da 15ª cúpula de chefes de Estado dos Brics.

“Eu tenho uma guerra no meu país, que é acabar com a fome, que é trazer de volta a democracia, que foi jogada no lixo durante quase seis anos”, disse o petista, numa crítica que abarca os ex-presidentes Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB). “E essa é uma tarefa muito difícil. Talvez mais difícil do que mandar um foguete para a Lua. Então, só vou poder mandar um foguete para a Lua quando eu tiver restabelecido a democracia no meu país e acabado com a fome”, disse o petista.

Lula trouxe a Lua para o assunto porque dois membros dos Brics realizaram missões espaciais para o satélite natural da Terra nos últimos dias: Rússia, que falhou, e Índia, que fez um inédito pouso no polo sul da Lua.

O grupo dos Brics anunciou sua expansão nesta quinta. De 22 países que se candidataram a entrar no grupo, Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã receberam convites oficiais e deverão integrar oficialmente os Brics a partir do início do ano que vem.

Lula celebrou a expansão. “A vinda da Argentina, da Arábia Saudita, do Egito, dos Emirados Árabes, da Etiópia e do Irã é muito importante”, disse o presidente brasileiro. “Quanto mais gente tivermos, a gente pode negociar com outros blocos com mais garantia de sucesso. Ou de ser tratado em igualdade de condições e não a prepotência do senhor de engenho contra o escravo”, seguiu o brasileiro.

“Quando nós criamos os Brics, muita gente achava que era uma piada, muita gente não levava a sério”, lembrou o petista, que comentou ainda a ideia da criação de uma moeda alternativa ao dólar para o comércio entre os países membros.

“Outro avanço importante é questão de discutir a elaboração e confecção de uma moeda de negócios, sem precisar mudar a moeda do país. O Brasil continuar com real, ninguém quer mudar. O que queremos é criar moeda que permita a gente faça negócio sem precisar comprar dólar. Resolvemos criar moeda porque isso facilita a vida das pessoas. Não queremos pressa, porque não é coisa simples de fazer. O que decidimos, com muita maturidade, foi garantir que área econômica dos países dos Brics estudem durante todo esse ano, para que na próxima reunião de cúpula dos Brics, que será na Rússia, a gente apresente uma solução, para ver se a gente vai estar de consenso ou não”.

Os Brics formam um grupo político que busca se unir para ter mais influência nos debates internacionais, se contrapondo às potências tradicionais que se reúnem em torno dos Estados Unidos.

Brasil, Rússia, Índia e China formaram os Brics em 2006 e apenas outro país entrou no grupo desde então, a África do Sul.

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Próximos passos da viagem

Lula está na África desde o início da semana. A primeira parte da viagem termina nesta quinta, em Joanesburgo. Ainda hoje, o presidente brasileiro embarca para visita oficial a Angola. Ele deve chegar em Luanda à noite.

No domingo (27/8), Lula viaja para São Tomé e Príncipe e participa, no dia seguinte, da 14º Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e de reuniões bilaterais com outros chefes de Estado.

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