Lira diz que é preciso ter “cuidado com excessos” na Polícia Federal
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, criticou operação da PF que investiga fraudes na compra de kits de robótica em Alagoas
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada na noite de domingo (17/9), que vê excessos em investigações realizadas pela Polícia Federal (PF).
Lira fez críticas à operação da PF que investiga fraudes na compra de kits de robótica em Alagoas, seu reduto eleitoral. Ex-assessores e aliados do presidente da Câmara são investigados, e o próprio deputado teve seu nome citado no inquérito, já que a PF apontou uma lista de pagamentos atribuídos a ele.
Em julho deste ano, atendendo a pedido da defesa de Lira, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do inquérito policial que investigava os supostos desvios de recursos.
À Folha Lira afirmou que a investigação é baseada em uma “alegação”. “Mais um abuso, um excesso. Não tem nada que foi provado com relação a isso, inclusive toda essa operação foi anulada pelo ministro Gilmar Mendes, e vocês sabem o porquê”, disse o presidente da Câmara.
Lira diz que tem boa relação com Dino
Questionado sobre a atuação de Flávio Dino como ministro da Justiça, pasta à qual a PF é vinculada, Lira afirmou que mantém boa relação com o chefe do órgão.
“No Parlamento, ele tem lá suas dificuldades com a oposição, é normal do processo. O que não deve ter é uma polícia política, para nada. Isso é o pior dos mundos. Nem uma polícia com autonomia para fazer o que quer. Nós não temos isso. Polícia é o órgão de estado para cumprir determinações legais”, pontou.
Arthur Lira também afirmou que o governo deve “ter cuidado” com “excessos” na PF.
“O atual governo, eu tenho dito, tem que ter esse cuidado com alguns excessos que estão aflorando. Eles tinham sido resolvidos e estão aflorando de novo com muita particularidade”, ressaltou.