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Patriarca da Odebrecht diz que caixa 2 sempre foi “modelo reinante”

Emílio Odebrecht disse que sabe do uso, por seu filho Marcelo, do que a defesa do empreiteiro denomina “recursos não contabilizados”

atualizado

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PAULO GIANDALIA/ESTAD√O CONTE⁄DO
Emilio Odebrecht
1 de 1 Emilio Odebrecht - Foto: PAULO GIANDALIA/ESTAD√O CONTE⁄DO

O patriarca da empreiteira Odebrecht, Emílio Odebrecht, afirmou nesta segunda-feira (13/3), em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que a prática de caixa 2 sempre fez parte do “modelo reinante” no Brasil. O dirigente acrescentou que sabe do uso, por seu filho Marcelo Odebrecht, do que a defesa do empreiteiro denomina “recursos não contabilizados”, que pode incluir esse tipo de pagamento em campanhas eleitorais. As informações são do jornal O Globo.

Emílio falou na condição de testemunha de defesa do seu filho, Marcelo, presidente do grupo e preso na Operação Lava-Jato. Moro decretou o sigilo dos depoimentos. Porém, os vídeos vazaram por causa de um erro técnico no sistema de consulta processual da Justiça Federal do Paraná.

“Sim, sabia que existia uso de recursos não contabilizados. Sempre foi modelo reinante no país e que veio até recentemente. O que houve foi impedimento a partir de 2014. Até então, sempre existiu. Desde minha época, da época do meu pai e também de Marcelo, sem dúvida nenhuma”, disse Emílio.

No depoimento, Emílio Odebrecht afirmou que atua na construtora desde 1990, quando chegou à presidência-executiva. Deixou o comando diário da empresa em 2002 e, desde então, continuou somente como presidente do Conselho de Administração.

Ele acrescentou que, à época em que dirigia a empreiteira, o funcionamento do sistema de pagamento de valores era simplificado. Isso porque a empresa atuava, basicamente, em dois negócios: de engenharia e petroquímica. O patriarca da companhia afirmou não saber dizer se Marcelo era o responsável pela estruturação do esquema de utilização de empresas offshore.

Palocci
Emílio afirmou que não sabe dizer se o “italiano” citado nas planilhas da Odebrecht é o ex-ministro Antonio Palocci. Ele disse apenas que havia várias pessoas na empresa, “companheiros internos”, que diversas vezes ele chamava de “italiano”. “Ele (italiano) pode ser também nosso Palocci. (…) Não sei dizer se efetivamente era o doutor Palocci, mas com certeza ele também era identificado como ‘italiano'”, afirmou.

O patriarca declarou que “com certeza” os executivos da empresa dialogavam com o governo em busca de soluções para impasses do país. O empresário afirmou que sabia que existia valores destinados pela empreiteira ao PT e que estava afastado do comando da empresa desde o início dos anos 2000 e, por isso, não saberia dizer valores.

Segundo Emílio Odebrecht, não havia um “departamento de propina”, mas um “responsável por operacionalizar recursos não contabilizados”.

 

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