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Lula não fala à PF e alega não ter acesso a investigações

O ex-presidente completa um ano preso neste domingo (7) por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o tríplex no Guarujá

atualizado

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DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017 - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não falou nesta sexta-feira (5/4) no depoimento marcado pela Polícia Federal. Por orientação de sua defesa, que alega não ter tido acesso aos documentos relativos à investigação contra o ex-presidente, Lula permaneceu calado enquanto foi questionado na Superintendência da PF em Curitiba. Com informações do Uol.

“A defesa não teve acesso aos autos do inquérito e pediu para que o depoimento seja realizado depois do acesso à íntegra dos documentos. Ninguém é obrigado a depor sobre documentos ocultos”, afirmou o advogado de Lula, Cristiano Zanin. A PF em Curitiba informou que a defesa de Lula tem amplo acesso aos documentos dos inquéritos.

O órgão disse ainda que Lula foi levado à sala de depoimentos por volta das 9h, conforme previamente marcado. Segundo a PF, Lula permaneceu em silêncio até perto das 11h.

O ex-presidente foi convocado a prestar depoimento ao delegado da PF Filipe Pace. Ele é investigado em dois inquéritos que apuram suspeitas de corrupção.

Um deles investiga o pagamento de propinas pela Odebrecht em contratos ligados à construção de navios-sonda pela Sete-Brasil. O outro investiga suspeitas de formação de um cartel de construtoras para a obra da usina hidrelétrica de Belo Monte.

Maior interessado
O próprio Lula já declarou várias vezes que nunca cometeu crimes. Já disse também que vai provar sua inocência em todos os processos contra ele. “O próprio Lula é o maior interessado em esclarecer a verdade dos fatos”, disse Zanin nesta sexta.

O depoimento de Lula havia sido inicialmente marcado para o último dia 22. Um dia antes, contudo, ele foi suspenso pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, a pedido dos advogados de defesa do ex-presidente.

Naquela ocasião, os advogados já alegaram que não haviam tido acesso a documentos relacionados à investigação. Isso poderia prejudicar a defesa do ex-presidente.

Antes do adiamento, a expectativa era que Lula prestasse depoimento em quatro inquéritos. Os dois nos quais prestou depoimento nesta sexta, mais um sobre suspeitas envolvendo a construtora Schahin e outro sobre suspeitas de corrupção em contratos de exploração de petróleo na África.

Um ano de prisão
Lula completa um ano preso neste domingo (7). O ex-presidente foi levado à carceragem da Superintendência da PF em Curitiba após ter sido condenado, em segunda instância, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o apartamento tríplex no Guarujá. Lula alega ser inocente e apresentou recurso contra a decisão.

Desde então, ele segue preso em Curitiba. Em fevereiro, foi condenado pela segunda vez. Desta vez, a Justiça Federal entendeu que é culpado por crimes de corrupção ligados ao sítio de Atibaia. O ex-presidente ainda recorre da sentença, pois diz não ter cometido crimes.

Por conta da data, militantes e apoiadores do ex-presidente estão em Curitiba para uma série de manifestações. Estão previstas uma caminhada, uma apresentação musical e um ato religioso. Outros atos também estão programados para outras cidades do país.

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