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Doleiro diz ter pago propina a procurador da Lava Jato

Conversas de Dario Masser com a namorada foram obtidos pela Polícia Federal e envolvem o nome do procurador Januário Paludo

atualizado

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Reprodução/Facebook
Dario Messer
1 de 1 Dario Messer - Foto: Reprodução/Facebook

Em uma troca de mensagens com a namorada, o doleiro Dario Messer afirmou ter pago propina ao procurador da República Januário Paludo, membro da força tarefa da Operação Lava Jato no Paraná. Como revelado pelo portal UOL, os repasses fariam parte de uma suposta proteção ao “doleiro dos doleiros” em investigações nas quais ele era citado.

As conversas de Messer com sua namorada Mayra Athayde ocorreram em agosto de 2018 e foram obtidas pela Polícia Federal durante a operação Patrón, na última fase da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Nos diálogos com Mayra, o doleiro fala sobre os processos que responde e sobre o encontro de uma das testemunhas com Januário Paludo. Messer completa afirmando que o procurador é um dos destinatários de “parte da propina paga pelos meninos”.

Os meninos, segundo as investigações, seriam os delatores Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca. Ambos eram operadores do esquema de lavagem de dinheiro, a exemplo de Messer até serem presos.

Em depoimentos, eles disseram ter pago US$ 50 mil por mês (cerca de R$ 200 mil) ao advogado Antônio Figueiredo Bastos em troca de proteção junto à PF e ao Ministério Público Federal (MPF). O advogado, um dos maiores responsáveis por fechar acordos de delação premiadas da Lava Jato, negas as acusações.

Paludo
Januário Paludo é um dos membros mais antigos da força-tarefa da operação Lava Jato do MPF do Paraná e um dos responsáveis pelas investigações do caso Banestado. O procurador é um dos personagens da série de reportagens do site Intercept Brasil, que revelou diálogos suspeitos entre os membros da força tarefa e o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro.

Sobre a troca de mensagens, a PF classificou como grave as revelações e pediu a Procuradoria Geral da República (PGR) para que investigue o caso. Ao UOL, a PGR informou que definirá as providências tomadas e informou que Paludo não quis se manifestar.

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