metropoles.com

Após 12 anos, Justiça abre ação penal sobre corrupção em Furnas

O ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e outras seis pessoas são alvo da ação por corrupção e lavagem de dinheiro

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução/Facebook
Roberto Jefferson
1 de 1 Roberto Jefferson - Foto: Reprodução/Facebook

A Justiça estadual do Rio de Janeiro abriu ação penal contra o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e outras seis pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro em Furnas. O processo é instaurado 12 anos após as primeiras denúncias contra o ex-parlamentar.

O ex-diretor da empresa Dimas Toledo, apontado pelo Ministério Público como o responsável por organizar o esquema que teria se instaurado nos moldes do que ocorreu na Petrobras, não foi incluído entre os réus, pois tem mais de 70 anos e as penas para ele já prescreveram.

“Com efeito, há indícios de autoria e materialidade, os quais decorrem dos inúmeros documentos, depoimentos, laudos periciais e análises de contratos pela CGU e pelo TCU, compostos por mais de 1.600 páginas e aproximadamente 25 (vinte e cinco) caixas de documentos”, diz em seu despacho a juíza da 35.ª Vara Criminal do Rio, Daniella Alvarez Prado.

A denúncia do Ministério Público aponta desvios de R$ 54,9 milhões em dois contratos de termelétricas (em Campos dos Goytacazes e em São Gonçalo, no Rio) entre 2000 e 2004. A decisão é do dia 22 de fevereiro, quatro meses após o caso ser arquivado, em 22 de setembro de 2016, a pedido do promotor Rubem Viana, da 24.ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1 ª Central de Inquéritos do Ministério Público do Rio.

A reviravolta ocorreu em 6 de dezembro do ano passado, quando, diante do volume de documentos da investigação, a magistrada entendeu que “por se tratar de matéria de imensa complexidade”, o caso deveria ser remetido ao procurador-geral de Justiça do Rio para apreciar os fatos e se manifestar sobre “propositura de ação penal”.

O procurador-geral de Justiça do Rio, José Eduardo Ciotola Gussem, ratificou no mês passado a denúncia apresentada ainda em 2012 e a juíza abriu a ação penal. Dos 11 acusados formalmente na peça original, três tiveram suas penas prescritas – incluindo Dimas Toledo — por terem mais de 70 anos e um deles, o empresário dono da empresa Bauruense Airton Daré, já morreu.

As investigações em primeira instância se arrastavam desde 2005. Após inquérito da Polícia Federal, o Ministério Público Federal no Rio apresentou denúncia em 2012. A Justiça Federal, porém, entendeu que o caso deveria ser remetido para a Justiça Estadual.

O caso voltou para a fase de inquérito e foi remetido para a Polícia Civil concluir a investigação. Na Delegacia Fazendária, o inquérito durou quatro anos e foi concluído somente em março de 2016. Em setembro de 2016, a investigação foi remetida para o procurador-geral da República Rodrigo Janot por ela possuir autoridades com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal

Defesas
A assessoria de Jefferson disse que ele “recebeu com surpresa e estranheza” a decisão de abertura do processo e que só vai se posicionar “após ter conhecimento do seu inteiro teor”.

O advogado Rogério Marcolini, que defende Dimas Toledo, disse que o ex-diretor de Furnas continua interessado no esclarecimento dos fatos. “A própria circunstância de a denúncia ter sido ratificada três meses depois de arquivado o inquérito evidencia o componente político – e não jurídico – que sempre pautou a investigação nesses últimos 10 anos”, afirmou.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?