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Justiça do Rio investiga mais 43 alvarás falsos, além do caso Barbieri

Soltura do Senhor das armas, segundo investigação, teve uma série de falhas. Documentos ilegais poderiam ser facilmente identificados

atualizado

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Após a soltura do traficante João Filipe Barbieri – conhecido como Senhor das armas – por meio de um alvará falso, 43 casos semelhantes estão sob investigação da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro.

A informação é de uma reportagem veiculada no último domingo (14/2), pelo Fantástico.

O caso ressaltado pelo programa foi o de Gilmara Monique Amorim, condenada por fazer parte de um grupo acusado de planejar e executar mais de 10 assaltos a bancos no Rio. Presa em uma unidade de detenção em Niterói (RJ), a criminosa saiu em novembro de 2020 graças a um alvará de soltura falso.

A diligência começou pela desconfiança do desembargador Marcelo Granado sobre os alvarás de soltura de Barbieri e de outro acusado de tráfico de armas, João Victor Roza.

Em entrevista ao Fantástico, Granado, que é relator do processo no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, afirmou que as falsificações dos alvarás poderiam ter sido facilmente identificadas:

“É importante dizer isso, não havia uma decisão interlocutória de ninguém nesse processo. É tudo falso. Qualquer pessoa vendo aquela decisão percebe que não foi proferida por um magistrado. Há erros ortográficos, a formatação é muito estranha, com letras maiúsculas no meio do parágrafo, sem iniciar frase. É estranho, no mínimo.”

Apurou-se que informações básicas não foram checadas tanto no alvará quanto em outro documento também falso – esse garantiu que não havia outros mandados de prisão contra João Filipe Barbieri e João Victor Roza. Os erros identificados foram:

  1. Além do número errado do processo, o mesmo código foi usado para a liberação dos dois presos;
  2. O policial civil que assina o documento, Wagner Soares Ferreira, não existe;
  3. O número do alvará de soltura também estava incorreto;
  4. O endereço para checagem do documento na internet não confere com o oficial;
  5. O código de identificação não é o padrão usado pela Justiça;
  6. O oficial de justiça que enviou toda a documentação, José Pacassi, não existe.

Granado determinou o cumprimento de mandado de prisão dos réus e investigação do Ministério Público Federal (MPF). Agora, eles são considerados foragidos da Justiça.

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