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IPCA-15: puxada pela gasolina, prévia da inflação é a menor desde 1991

A redução nos preços da energia elétrica e dos combustíveis – principalmente gasolina e etanol – influenciou o indicador apresentado

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
O crescimento da economia foi negativo nos últimos dois trimestres
1 de 1 O crescimento da economia foi negativo nos últimos dois trimestres - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou queda de 0,73% em agosto. Trata-se da menor taxa desde o início da série histórica, iniciada em novembro de 1991.

O indicador foi influenciado pela queda nos preços da energia elétrica e dos combustíveis – principalmente gasolina e etanol.

Apesar da redução recorde, no entanto, os preços de alimentação e bebidas (1,12%) e saúde e cuidados pessoais (0,81%) continuaram subindo.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,02% e, em 12 meses, de 9,60%, abaixo dos 11,39% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em julho, o índice registrou crescimento de 0,13%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

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Grupos e seus impactos

Houve variações negativas em três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados.

A queda da gasolina (-16,80%) influenciou o resultado do grupo dos transportes, que teve a maior variação negativa (-5,24%) e o maior impacto negativo.

Já a maior variação positiva veio de alimentação e bebidas (1,12%), influenciada principalmente pelo aumento nos preços do leite longa vida (14,21%), maior impacto individual positivo no índice do mês.

Segundo o IBGE, a queda nos preços dos combustíveis (-15,33%) foi causada não só pela gasolina, mas também pelo etanol (-10,78%), gás veicular (-5,40%) e óleo diesel (-0,56%).

Dentro do grupo relacionado a transportes, outro subitem com intensa variação negativa foram as passagens aéreas (-12,22%), cujos preços subiam há quatro meses consecutivos. No lado das altas, os veículos próprios (0,83%) continuaram subindo, o que inclui motocicletas (0,61%), e automóveis novos (0,30%) e usados (0,17%).

Já a variação negativa no grupo habitação (-0,37%) está relacionada ao recuo nos preços da energia elétrica residencial (-3,29%), devido à redução em vários estados da alíquota de ICMS cobrada sobre esse serviço.

Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou revisões tarifárias extraordinárias de diversas distribuidoras que operam em áreas de abrangência do índice, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho.

“As áreas registraram variações que foram desde -16,18% em Recife – onde o ICMS foi reduzido de 25% para 18% e houve retirada da incidência sobre os serviços de transmissão e distribuição – até 2,96% em São Paulo, onde foi aplicado um reajuste de 10,43% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 4 de julho”, explica o instituto.

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