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Homem finge ser gerente da Anvisa e cobra propina para testes de Covid-19

Segundo a agência, há mais relatos de estelionatários usando o nome da instituição para conseguir dinheiro

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Anvisa
1 de 1 Anvisa - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou um homem que se passava por funcionário da entidade para dar golpes com testes de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. As informações foram reveladas pelo G1.

Em um dos casos, a dona da empresa de importação e exportação ALM Brazil, Marlúcia Martire, foi surpreendida com a ligação de um homem que se passou por gerente-geral da Anvisa. Ele teria cobrado propina para “liberar” um lote com 2 mil testes do novo coronavírus, vindos da China.

O homem se apresentou como Leandro Rodrigues Pereira, gerente-geral de Tecnologia de Produtos para Saúde da agência.

No dia 14 de maio, o suspeito cobrou R$ 3,5 mil para liberar os testes de Covid-19, que estavam retidos no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. No meio da conversa, aumentou a propina para R$ 4 mil. A vítima contou ao portal que o homem citou cronogramas, prazos e datas que ocorreriam as publicações sobre os processos no Diário Oficial da União.

“Ele me ligou no dia 14 de maio, dizendo que no dia seguinte ia ser concluída a análise do meu processo e que eu precisaria pagar o valor que ele pediu para autorizar. E que, caso eu não pagasse, sairia no Diário Oficial após uma semana o indeferimento. Eu não paguei a propina e, realmente, no dia 15 houve a conclusão do processo. No dia 21, foi publicado o indeferimento no Diário Oficial da União”, relatou, ao portal.

O processo de Marlúcia foi indeferido, mas não foi motivo suficiente para o golpista parar os contatos. No dia 25 de maio, ele ligou para avisar que poderia deferir o processo, apesar da falta de documentos. O suspeito disse ainda que o pagamento precisaria ser feito até determinado horário.

Quatro dias depois a vítima abriu outro processo na agência, desta vez para adquirir o Certificado de Autorização de Funcionamento (Certificado de AFE), um dos documentos que faltavam para ter o pedido deferido. No dia 2 de junho, a solicitação do AFE entrou no sistema interno do órgão e, na mesma data, o voltou a fazer contato, com um outro número de telefone.

“A gente fica intimidada, né? Um homem usando o nome da Anvisa, com a quantidade de informações que ele tinha sobre meu processo, coisa que nem a minha responsável técnica tinha acesso. E ele ainda se antecipava em relação aos prazos, antes de aparecerem no site da Anvisa”, lamentou a vítima.

O verdadeiro gerente-geral de Tecnologia de Produtos para Saúde da Anvisa, Leandro Rodrigues Pereira, contou que esta não foi a primeira vez que usaram os dados dele em tentativas de golpes. Além dessa denúncia, outras três chegaram ao conhecimento do órgão.

Além de Leandro, o nome do diretor-presidente, Antônio Barra, e de um outro executivo da Agência foram usados para aplicação de golpes.

Em nota, a Anvisa informou que as denúncias foram apuradas pela corregedoria da instituição e encaminhadas à Polícia Federal. Segundo assessoria, procedimentos legais devidos foram tomados para resolver a situação.

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