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“Deus é brasileiro e venezuelano”, diz Bolsonaro após visita de Guaidó

Autodeclarado presidente interino da Venezuela chegou a Brasília na madrugada desta quinta (28/2) para uma série de encontros na capital

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Bolsonaro e Guaido
1 de 1 Bolsonaro e Guaido - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Na primeira declaração em solo brasileiro, o presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, agradeceu o apoio de Jair Bolsonaro (PSL) na luta pelo o que chamou de momento importante para o país vizinho. Em contrapartida, Bolsonaro disse que “Deus é brasileiro e venezuelano”.

“A relação entre Venezuela e Brasil é muito positiva, sobretudo para minimizar os conflitos. Esse é um momento importante para a Venezuela”, destacou, nesta quinta-feira (28/2), em pronunciamento no Palácio do Planalto.

Guaidó lembrou da crise que vive o país e apontou que 300 mil venezuelanos sofrem com risco de morte. “Não existe um dilema entre guerra e paz, existe um dilema entre democracia e ditadura, entre miséria e prosperidade”, afirmou o presidente interino. “Não existe paz quando matam indígenas na fronteira, quando se persegue presos políticos”, completou.

O líder venezuelano criticou o cerceamento de direitos humanos e a estagnação da economia do país, comandado por Nicolás Maduro. “Seguiremos lutando pelo ingresso da ajuda humanitária. Nossa luta é constitucional para construir um governo de transição para uma eleição livre e democrática”, concluiu.

Após a declaração de Guaidó, Bolsonaro fez um breve pronunciamento e atribuiu a dois ex-presidentes brasileiros, em alusão aos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a crise na Venezuela. “Tenho que fazer um mea-culpa aqui. Não podemos aceitar que um país rico esteja enfrentando uma situação como essa”, criticou.

Bolsonaro atacou ainda a esquerda. “Eles gostam tanto de pobre que acabaram multiplicando-os. Continuaremos trabalhando para restabelecer a democracia na Venezuela. Continuamos apoiando o Grupo de Lima para restabelecermos a igualdade e a democracia”, destacou o pesselista.

Guaidó respondeu a perguntas de jornalistas presentes no Planalto. Questionado, ele descartou uma negociação com Nicolás Maduro ou qualquer forma de uso de força, como uma intervenção militar. “A esperança está no futuro. Faremos uma resistência pacífica, construída com o apoio dos partidos.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chegou ao Palácio do Planalto por volta das 14h, na companhia do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Eles tiveram um encontro rápido com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O líder venezuelano aponta que o único caminho é montar um governo transição. “Temos que recuperar a estabilidade, tivemos uma inflação alta no último ano, crises nas fronteiras. Precisamos recuperar a confiança e buscar a estabilidade”, destacou.

Para ele, Maduro não tem como seguir no poder sem o apoio da comunidade internacional e com o país em frangalhos. Guaidó cita a inflação como um dos principais problemas. “Como seguir com um governo que vive uma inflação de 1.000.000%?”, exemplificou.

Guaidó descartou algum tipo de uso da força, como uma intervenção militar. “A esperança está no futuro. Faremos uma resistência pacífica, construída com o apoio dos partidos”, garantiu, ao dizer que tem conversado com presidentes dos EUA, Donald Trump, do Chile, Sebastián Piñera, e com líderes da comunidade européia.

Visita
Na manhã desta quinta (28), Juan Guaidó, visitou a Delegação da União Europeia, em uma casa localizada no Lago Sul, onde se reuniu com embaixadores europeus. Ele está em Brasília desde a madrugada para encontros com representantes do governo brasileiro.

De lá, o líder oposicionista venezuelano fez uma rápida parada na casa do embaixador do Canadá e depois seguiu para o Itamaraty, onde encontrou o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

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