GO: mulher que morreu após pintar cabelo teve reação alérgica à tinta
Auxiliar administrativa morreu há um mês, em Goiás, depois de reação a produto que usou no cabelo; amiga disse que vítima sabia da alergia
atualizado
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Goiânia – A Polícia Civil de Goiás arquivou, nesta segunda-feira (15/3), a investigação sobre o caso da auxiliar administrativa que teve morte encefálica após reação alérgica grave a tinta que usou no cabelo, em Catalão, a 260 quilômetros de Goiânia. A delegada Luiza Veneranda disse que não houve crime.
A auxiliar administrativa Karine de Oliveira Souza, de 34 anos, morreu há um mês, em 13/2, na unidade de terapia intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Catalão, para onde foi levada em estado gravíssimo. Ela ficou três dias internada no hospital após sofrer infarto.
Veja vídeo:
“Foi determinado o arquivamento da verificação, dado que a morte a esclarecer foi um infortúnio que decorreu de uma forte reação alérgica, associado ao quadro pessoal de asma, que resultou no falecimento por choque anafilático”, disse a delegada.
Não houve inquérito
Veneranda nem chegou a instaurar inquérito policial, já que o caso ainda estava em fase de “verificação preliminar”. Ela não identificou elementos mínimo de autoria e de materialidade para o episódio fosse configurado como criminoso.
A delegada colheu depoimentos de testemunhas, como a dona do salão de beleza que aplicou a tinta no cabelo da vítima. A profissional não teve a identidade divulgada. Também foi ouvida a auxiliar administrativa Thais da Costa Tomé, que era uma das melhores amigas de Souza. O laudo apontou como inconclusivo o motivo da morte, como explica a delegada no áudio enviado ao Metrópoles.
Confira, a seguir:
Histórico de alergia
Em entrevista ao portal, Tomé havia contado que sua amiga já havia recebido de médicos o alerta de que não poderia pintar os fios, por causa de forte reação alérgica. No dia do procedimento, ela não avisou a cabeleireira sobre esse risco.
Segundo Tomé, a amiga era asmática e começou a apresentar a alergia há cerca de quatro anos. Na época, a mulher recebeu de um dermatologista a recomendação para não fazer mais o procedimento. Ficou seis meses sem pôr tinta nos fios e só melhorou depois de tomar medicamentos.
Doação de órgãos frustrada
Apesar de a família ter autorizado a doação de órgãos da vítima, médicos da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO) não realizaram o procedimento de retirada dos rins, do pulmão, do coração e do fígado.
A doação não foi possível porque os médicos encontraram muita secreção purulenta na região da cavidade abdominal e trombose no intestino da vítima, logo após iniciarem a cirurgia de retirada dos órgãos.