Fernando Holiday diz que cotas raciais humilham e marcam beneficiários
Vereador pelo Novo, o político defendeu o fim do modelo racial e pregou cotas sociais, que fariam “inclusão com qualidade” no país
atualizado
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Às vésperas da revisão da Lei de Cotas, sancionada em 2012 por um período de 10 anos, o vereador paulistanp Fernando Holiday (Novo) afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que o modelo “pode colocar pessoas negras em situação de humilhação”. O político comparou a política pública ao nazismo e à escravidão ao definir “quem é negro e quem não é”.
“Sou extremamente contrário [à cota racial]. Ela é muito subjetiva e pode colocar pessoas negras em situação de humilhação. Quando se reserva vagas para negros, tem-se que definir quem é negro e quem não é, até para evitar fraudes. O Instituto Federal do Pará, por exemplo, lançou um edital dizendo quais características seriam consideradas de negros para o sistema de cotas, igual acontecia na escravidão ou como aconteceu no nazismo. O segundo ponto é que cria uma dúvida sobre a capacidade de pessoas negras, que ficam de fora de grandes trabalhos”, disse (confira a partir de 6′).
Por outro lado, Holiday defendeu a adoção de cotas sociais. Segundo disse, a “dívida histórica” do país para com a comunidade negra “jamais será paga”, mas um dos caminhos abertos com o sistema que prega seria a “inclusão com qualidade”, já que não haveria “a marca na testa” do aluno cotista. “Os critérios sociais são muito mais objetivos”, pontuou (9′).
O vereador reafirmou seu posicionamento contra o aborto. “A gente tem que definir o que é indivíduo, ou a partir de quando eu me torno um. Eu acredito que é a partir da concepção. É uma vida que depende da mulher, mas é um indivíduo à parte”, declarou (14’19”).
Vereador aposta na união entre Moro e Felipe D’ávila
Entusiasta da possível candidatura do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) ao Planalto, Holiday negou que tenha sofrido represálias no Partido Novo. A sigla lançou a pré-candidatura do cientista político Felipe D’ávila à Presidência. O vereador defendeu uma chapa que reúna os dois nomes. “Digamos que eu talvez tenha me empolgado cedo demais [com Moro]. Eu também tenho elogiado muito a pré-candidatura do Felipe D’ávila e acredito que são muito compatíveis, e torço e trabalho para que elas se unem em breve”, declarou (23’10”).
Durante a conversa, Holiday afirmou que não se arrepende do apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). No entanto, lamentou ter aderido ao projeto do então candidato Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. “Erro que não pretendo repetir”, disse. Confira: