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Família de congolês presta depoimento e pede vídeo de ataque sem corte

Mãe de Moïse Kabamgabe ficou em choque ao assistir às cenas do espancamento que resultaram na morte do filho

atualizado

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Bruno Menezes/Metrópoles
Família congolês
1 de 1 Família congolês - Foto: Bruno Menezes/Metrópoles

Rio de Janeiro – Ivana Lay, mãe de Moïse Kabamgabe, e mais quatro parentes do congolês morto durante espancamento em um quiosque na Barra da Tijuca chegaram à Delegacia de Homicídios na tarde desta quarta-feira (2/2) para serem ouvidos pelo delegado responsável por investigar o caso. Representantes do Consulado de Angola os acompanharam.

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rodrigo Mondego, a família assistiu aos vídeos da agressão e ficou ainda mais chocada com a brutalidade sofrida pelo refugiado.

A mãe não conseguiu dormir com as cenas de barbárie. “É preciso ressaltar que, tanto a família quanto a Comissão de Direitos Humanos da OAB, vimos as imagens pela imprensa e ainda não conseguimos acesso aos autos do inquérito”, disse o defensor.

Segundo Mondego, os parentes questionam o fato de os vídeos terem sido divulgados picotados e dizem que vão solicitar novamente à polícia o acesso ao registro completo, sem cortes.

Ainda de acordo com o advogado, a prisão dos três envolvidos no crime deixou a família aliviada, mas não diminui a necessidade de uma punição rigorosa.

“A continuidade da agressão, mesmo com a vítima caída e já desacordada, demonstra a intenção de matar do grupo. O fato de eles terem depois tentado reanimá-la não apaga a crueldade e o grau de extrema violência, como pode ser comprovado nas imagens”, avalia o advogado.

“Há também uma clara tentativa de desqualificar o Moïse. Estão vendendo a ideia de que ele estava doido, bêbado. E não era isso. O que acontecia era que ele dormia no local de trabalho para evitar gastar com passagem. Não dá pra culpar a vítima. Ele não pode ser culpado pela própria morte”, explica o representante da OAB.

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