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Ex-secretário de Paes recebeu propina em dinheiro, acusa MPF

O montante solicitado a empreiteiras alcançou R$ 36 milhões, de acordo com a Procuradoria da República

atualizado

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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
Rio 40 graus mira fraudes no BRT e na despoluição da Bacia de Jacarepaguá eduardo paes alexandre pinto
1 de 1 Rio 40 graus mira fraudes no BRT e na despoluição da Bacia de Jacarepaguá eduardo paes alexandre pinto - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério Público Federal (MPF) investiga suposto pagamento de propina nas obras do BRT Transcarioca e de recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá durante a gestão do ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB). A propina solicitada às empreiteiras alcançou R$ 27 milhões na Transcarioca e pouco mais de R$ 9 milhões na Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá. Os investigadores afirmam que os montantes foram pagos em dinheiro vivo.

O ex-secretário de Obras da prefeitura carioca Alexandre Pinto foi preso nesta quinta-feira (3/8) por ordem da Justiça, em sua casa em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. A Procuradoria da República aponta também pagamento de propina a servidores do Ministério das Cidades para liberação de dinheiro e a fiscais que acompanhavam os trabalhos.

As investigações começaram após acordo de leniência firmado pela Carioca Engenharia. A empreiteira, além de denunciar um suposto esquema de cobrança de propinas comandado por integrantes do PMDB do Rio, também delatou irregularidades na Secretaria Municipal de Obras da capital.

De acordo com o MPF, só a segunda etapa do BRT Transcarioca, ligação da Penha ao aeroporto do Galeão, foi contratada por cerca de R$ 540 milhões.

Para obter a liberação desse dinheiro, teria havido pagamento de propina, afirma a Procuradoria da República. O dinheiro teria sido pago por um representante da OAS e do Consórcio Transcarioca Rio. Equivaleria a 1% do valor do contrato, para ser repassado a servidores do Ministério das Cidades.

“Neste braço do esquema, foi identificado o pagamento de R$ 6,49 milhões”, informou o MPF. O repasse seria feito por meio de contrato fictício com um escritório de advocacia, segundo procuradores da República que investigam o caso.

O MPF afirma ainda que, ao mesmo tempo, acertou-se com o secretário municipal de Obras a propina de 1%, que teriam sido entregues em dinheiro diretamente. Também haveria pagamento de 3% do valor executado, em dinheiro, a outros destinatários: fiscais da obra. O repasse seria feito no fim do expediente no próprio canteiro de obras, por funcionários da Carioca Engenharia e ocorria após a prefeitura liquidar parte do contrato.

O esquema teria funcionado de maneira similar nas obras de recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá, com custo inicial estimado em R$ 230 milhões. A obra foi executada pelo Consórcio Rios de Jacarepaguá, composto pela Carioca Engenharia e pela Andrade Gutierrez. O acerto de pagamento de propina seria era de 1% para Pinto e 3% também para serem divididos entre fiscais.

Segundo cálculos divulgados pelo MPF, as propinas pagas pelas empreiteiras chegaram a R$ 27 milhões nas obras da Transcarioca e a pouco mais de R$ 9 milhões nas obras de Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá. Os valores, porém, não chegaram a ser integralmente pagos.

Nesta quinta, foram expedidos nove mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, quatro de condução coercitiva e realiza busca e apreensão em 17 endereços.

Entre as medidas cautelares, a 7ª Vara Federal do Rio também determinou a condução coercitiva de Vagner de Castro Pereira, ex-subsecretário de Obras, e de Miguel Silva Estima, ex-presidente da Comissão de Licitação da Secretaria Municipal de Obras.

Defesas
A reportagem ainda não conseguiu contato com os advogados de Alexandre Pinto e de outros acusados. O espaço está aberto para manifestações de defesa.

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