metropoles.com

Ex-presidente de time da Série A é condenado por morte de radialista

Maurício Sampaio, ex-presidente do Atlético Goianiense, foi condenado a 16 anos por morte de Valério Luiz, ocorrida em Goiânia em 2012

atualizado

Compartilhar notícia

TJGO
Imagem colorida mostra quatro homens sentados. O de camisa branca é Maurício Sampaio, ex-presidente do Atlético Goianiense, clube da Série A. O dirigente foi condenado por ser mandante da morte do radialista Valério Luiz, ocorrida em Goiânia (GO), em 2012 - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra quatro homens sentados. O de camisa branca é Maurício Sampaio, ex-presidente do Atlético Goianiense, clube da Série A. O dirigente foi condenado por ser mandante da morte do radialista Valério Luiz, ocorrida em Goiânia (GO), em 2012 - Metrópoles - Foto: TJGO

Goiânia – Dez anos após o crime, quatro dos cinco réus pela morte do radialista e cronista esportivo Valério Luiz foram condenados por Tribunal do Júri em Goiás, no final da noite de quarta-feira (9/11). O dono de cartório Maurício Sampaio (de branco na foto em destaque), ex-presidente do Atlético Clube Goianiense, Urbano Malta, Ademá Figueredo e Marcus Vinícius Xavier tiveram a prisão imediata declarada.

Eles foram condenados pelo planejamento e execução do homicídio, praticado a tiros à luz do dia, logo após o cronista esportivo sair da rádio onde trabalhava, em Goiânia. O crime foi na tarde de 5 de julho de 2012, em região nobre da cidade.

Após três dias de sessão, o júri decidiu o seguinte:

  • Maurício Sampaio, apontado como mandante, foi condenado a 16 anos de reclusão;
  • Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueredo para executar o homicídio, foi condenado a 14 anos de reclusão;
  • Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos, foi condenado a 16 anos de reclusão;
  • Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio, foi condenado a 14 anos de reclusão.
  • O réu Djalma Gomes da Silva, que foi acusado de ter ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações, foi absolvido.
0

Tentativa em vão

Antes do início do julgamento, a defesa de Maurício Sampaio entrou com um habeas corpus preventivo e com um pedido para tirar o julgamento da capital goiana para o interior do estado de Goiás. Até ali, o júri já tinha sido adiado quatro vezes.

O crime teria sido motivado pelas críticas recorrentes que ele fazia à diretoria do Atlético Goianiense. Maurício Sampaio, que já foi presidente do clube, era vice-presidente à época.

O acusado seguia como dirigente da agremiação pelo menos até a última eleição, ocorrida em setembro deste ano.

Réus

Conforme as investigações, Sampaio foi o mandante do crime. Já o funcionário dele, Urbano de Carvalho Malta, teria auxiliado na contratação de outras pessoas para executar o crime. Ele inclusive teria monitorado os últimos passos do radialista e estava morando em uma casa de Sampaio perto da rádio em que a vítima trabalhava.

Atualmente morando em Portugal, o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier era acusado de ter emprestado a moto e capacete para o cometimento do crime, além de guardar a arma. O policial militar Ademá Figueiredo era acusado de executar o jornalista a tiros. Depois, ele fugiu em uma motocicleta. Já o policial Djalma da Silva era acusado de tentar atrapalhar as investigações.

Adiamentos

O primeiro adiamento do júri popular ocorreu em abril de 2019, quando o então juiz Jesseir Coelho de Alcântara alegou falta de estrutura para realização do julgamento. Na época, o magistrado alegou que a precariedade de dormitórios para os jurados, falha no fornecimento de alimentos, falta de cadeiras confortáveis e espaço limitado seriam motivos para o adiamento.

O júri foi remarcado para 2020, mas precisou ser novamente adiado. Desta vez, por causa da pandemia da Covid-19. Já em 2021, o julgamento foi adiado após uma troca repentina de advogados solicitada pelo cartorário Maurício Sampaio.

Em junho deste ano, o julgamento foi novamente adiado depois que um jurado passou mal durante a madrugada e saiu do hotel em que estava isolado, de acordo com o juiz Lourival Machado. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), o mal-estar e a falta de condições para esse jurado participar da sessão foram constatados, já em plenário, por médico da instituição.

Compartilhar notícia