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Em último dia na África, Lula diz: “ONU não resolve nenhum problema”

Lula defendeu uma discussão sobre o funcionamento da ONU e criticou instituições financeiras por “sufocar” os países pobres

atualizado

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Ricardo Stuckert/PR
Imagem mostra Lula falou da incapacidade dos países da ONU em resolver o conflito entre Ucrânia e Rússia - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra Lula falou da incapacidade dos países da ONU em resolver o conflito entre Ucrânia e Rússia - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/PR

No último dia de sua viagem à África, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a Organização das Nações Unidas (ONU) por não ser capaz de resolver “nenhum problema”. A declaração foi dada em coletiva de imprensa em Adis Abeba, na Etiópia, neste domingo (18/2).

“Queremos discutir o funcionamento das Nações Unidas. Porque do jeito que está hoje, efetivamente a ONU não representa mais as razões pelas quais ela nasceu. Ou seja, ela não consegue resolver nenhum problema”, disse. E prosseguiu: “Os membros do Conselho de Segurança são os maiores produtores de armas, são os que detêm as armas nucleares, são os que têm direito de veto e são os que não cumprem nada do Conselho de Segurança, porque não se submetem ao Conselho de Segurança”.

Como vem fazendo desde o início de seu terceiro mandato, ele voltou a defender o fim do poder de veto no órgão da ONU e a inclusão de mais países, incluindo representantes da África e da América Latina, em uma “representação mais robusta”. “Nós precisamos colocar mais gente e acabar com o direito de veto.”

Os membros permanentes do Conselho de Segurança, como os Estados Unidos, têm direito a veto das soluções propostas pelas demais nações. Isso aconteceu com um projeto de resolução para a guerra no Oriente Médio proposto pelo Brasil, que acabou rejeitado em outubro do ano passado em função do veto dos EUA.

O presidente brasileiro ainda falou da revisão das instituições financeiras que, segundo ele, hoje agem para “sufocar” os países pobres. Essa discussão, segundo ele, pode ser feita no âmbito do G20, que reúne os líderes das maiores economias do mundo. Em novembro, o Rio de Janeiro vai sediar a reunião de chefes de Estado da Cúpula do G20.

“No G20 no Brasil uma das coisas que nós queremos discutir são as instituições financeiras que existem desde que foram criadas pela ONU, como o FMI e o Banco Mundial. Se essas instituições vão servir para ajudar a financiar o desenvolvimento dos países pobres ou se essas instituições financeiras vão continuar existindo para sufocar os países pobres.”

Ele creditou o conflito no Oriente Médio entre Israel e o Hamas e a guerra na Ucrânia à falta de uma instância de deliberação. “Nós não temos governança”, considerou.

Na visão dele, o “Sul Global” precisa ocupar seu espaço na economia, na política e na cultura mundiais e contribuir para os debates sobre mudanças climáticas, transição energética e economia de baixo carbono.

Fim da viagem de Lula à África

Lula retorna para o Brasil neste domingo, após um roteiro de cinco dias pela África, que incluiu o Egito e a Etiópia. Na quinta-feira (15/2), Lula fez um discurso duro na visita à sede da Liga Árabe, no Cairo, também com críticas à ONU. No sábado (18/2), ele participou da 37ª Cúpula da União Africana e neste domingo teve reuniões bilaterais com líderes africanos, incluindo os presidentes da Nigéria e de Moçambique.

Essa foi a primeira viagem internacional do presidente da República em 2024.

“Para mim, essa é uma das viagens mais importantes que eu fiz e certamente de todas que eu farei, essa continua sendo uma reunião extremamente importante, porque eu pude falar para quase a totalidade dos países africanos de uma única vez”, frisou Lula em balanço da viagem.

Ele voltou a defender uma “relação preferencial” com o continente africano em razão da “dívida história” do Brasil com a escravidão.

Lula critica extrema direita e fala em “dívida histórica” com a África

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