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Tarcísio diz que “resultado das urnas é soberano” e defende diálogo com Lula

Ex-ministro de Bolsonaro foi eleito governador de São Paulo neste domingo, derrotando o petista Fernando Haddad no segundo turno

atualizado

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Fábio Leite/Metrópoles
Tarciso dando uma entrevista coletiva ao redor de aliados
1 de 1 Tarciso dando uma entrevista coletiva ao redor de aliados - Foto: Fábio Leite/Metrópoles

Em seu primeiro pronunciamento após a vitória nas urnas, o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse neste domingo (30/10) que “o resultado das urnas é soberano” e que, a partir de agora, vai governar para os 46 milhões de paulistas, buscando diálogo com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Entendo que o resultados as urnas é soberano”, afirmou Tarcísio, que obteve 55,3% dos votos válidos, contra 44,7% do adversário Fernando Haddad (PT), com 99,5% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Tarcísio disse que ainda não conversou o presidente Jair Bolsonaro (PL) após o término da apuração, mas que ouviu do candidato a vice, general Braga Netto, que o chefe do Executivo “está tranquilo em Brasília”.

“Bolsonaro trabalha normalmente amanhã e vai seguir trabalhando até o final do mandato”, disse.

Questionado sobre o futuro político de Bolsonaro, Tarcísio descartou a possibilidade de o mandatário integrar o seu governo a partir de 2023. “Não falei com o presidente ainda. Ele é presidente da República, ele não vai ser secretário aqui no estado de São Paulo. Não sei qual o plano de voo do presidente agora”, disse. O presidente pode sair com a cabeça erguida e a consciência de que fez o melhor trabalho”, completou.

Diálogo com Lula

O governador eleito contou que já recebeu um telefonema de Fernando Haddad, que o parabenizou pela vitória e se colocou à disposição para fazer uma interlocução com o governo Lula. “Já tive uma conversa muito boa e amena com o Haddad”, disse Tarcísio, anunciando o petista como “integrante” do futuro governo Lula.

“Vamos manter o diálogo da melhor maneira possível, sempre republicana, pensando nas pessoas”, afirmou Tarcísio, que enfatizou que agora é o momento de superar o acirramento político retratado pelos resultados nas urnas. “A partir de agora vamos olhar para a frente, olhar os interesses do estado de São Paulo. Agora, a gente faz um governo para 46 milhões de paulistas”, afirmou Tarcísio.

Apuração

Tarcísio acompanhou o início da apuração dos votos no apartamento que alugou no bairro do Morumbi, próximo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e chegou às 18h30 ao hotel na zona sul da capital onde dezenas de políticos aliados já o aguardavam para comemorar a vitória.

A campanha do governador eleito reservou uma suíte especial do hotel para o governador eleito ficar com a família e amigos próximos e um salão para um coquetel com os aliados de campanha. Entre os presentes estão os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do PSD, Gilberto Kassab, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).

Perfil

Aos 47 anos, Tarcísio será o primeiro governador eleito por São Paulo que não nasceu no Estado desde Jânio Quadros (1955-1959), natural de Campo Grande (MS), mas que fez toda a carreira política em solo paulista. Nascido no Rio de Janeiro, Tarcísio se formou engenheiro, foi militar do Exército e tem um cargo concursado como consultor legislativo na Câmara dos Deputados.

Filho de uma empregada doméstica e de um funcionário do Banco do Brasil, Tarcísio é casado há 24 anos com Cristiane, com quem tem um casal de filhos adolescentes que ficou estudando em Brasília enquanto ele e a mulher fizeram a campanha em São Paulo. O próximo governador paulista é torcedor do Flamengo e viciado em hamburguer.

Fim da hegemonia

A vitória de Tarcísio põe fim a uma hegemonia de 28 anos do PSDB no comando do Estado. Candidato tucano, o governador Rodrigo Garcia ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com o pior desempenho do partido em São Paulo desde 1990. No segundo turno, Garcia declarou apoio a Tarcísio.

Desde 1994, quando venceu com o ex-governador Mário Covas, o PSDB acumulou sete vitórias consecutivas nas urnas. A última delas em 2018, com o ex-governador João Doria, apontado por alguns tucanos como um dos responsáveis pela crise da legenda. Neste mês, Doria se desfiliou do partido depois de 22 anos.

Ao tomar posse como governador em janeiro de 2023, Tarcísio terá um orçamento de R$ 317 bilhões, sendo R$ 24 bilhões previstos para investimentos, ou seja, recursos não carimbados que podem ser aplicados conforme a prioridade do chefe do Executivo local. Também terá à disposição 23 mil cargos comissionados, integrantes da maior máquina pública do país, depois do governo federal.

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