Senador pede abertura de CPI para apurar casos de assédio eleitoral
Número de denúncias disparou após o primeiro turno das eleições. Ministério Público já recebeu mais de 900 notificações
atualizado
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O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) protocolou, neste sábado (22/10), um requerimento para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de apurar denúncias de assédio eleitoral a favor do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Silveira pede que os casos sejam investigados no prazo de 90 dias.
No documento, o parlamentar cita o caso de um frigorífico em Minas Gerais, onde os funcionários foram obrigados a vestir camisetas com slogan do atual mandatário.
“O Ministério Público do Trabalho e a Justiça Eleitoral têm se envolvido na apuração destes crimes. No entanto, o esforço conjunto de todos os órgãos de controle da sociedade brasileira será de grande valia para investigar a questão fundo”, justifica o senador no pedido.
Para instalar a CPI são necessárias 27 assinaturas de senadores. Depois, o documento deve ser lido em plenário pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Assédio eleitoral
Em 19 dias, 988 pessoas procuraram o Ministério Público do Trabalho (MPT) para denunciar assédio eleitoral. Os relatos envolvem coação para votar em algum candidato específico, uso de camisas de cores do postulante e ameaça de perda de emprego ou de que o estabelecimento feche as portas em caso de vitória de um ou outro postulante.
Até 2 de outubro, quando ocorreu o primeiro turno das eleições gerais de 2022, 52 ilícitos tinham sido informados ao MPT. Hoje, a quantidade chega a 988, quase 20 vezes mais.