metropoles.com

Senado adia votação de audiência com institutos para debater pesquisas

Autor do requerimento, senador Carlos Portinho (PL-RJ) não compareceu à sessão para defender o pedido. Análise acabou adiada

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
Urnas eletrônicas código-fonte - Metrópoles
1 de 1 Urnas eletrônicas código-fonte - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle (CTFC) adiou, nesta terça-feira (11/10), a votação de requerimento para fazer uma audiência pública com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e institutos de pesquisa. A ideia é  discutir os levantamentos que medem a intenção de voto nas eleições.

O adiamento decorre de ausência de quórum para votação do requerimento, cujo autor é o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ). O próprio governista não compareceu à sessão para defender o pedido.

Segundo interlocutores do senador, há um entendimento de líderes de que a o requerimento só seja apreciado após a Câmara decidir sobre o Projeto de Lei 2.567/2022, que pune os institutos de pesquisas eleitorais com números divergentes, acima da margem de erro, dos resultados oficiais das eleições.

Na ocasião, o presidente do colegiado, senador Reguffe (Uniã0-DF), aproveitou para “puxar a orelha” dos colegas: “Peço um esforço para que os senadores façam presença para que possamos votar os projetos terminativos. Isso é apenas a obrigação de todos os parlamentares”.

O que diz o requerimento

No pedido, Portinho afirma que “as eleições, mais uma vez, demonstram erros nas pesquisas de intenção de votos para além da margem de erros esperada, com divergências severas entre o que elas apontavam e o que as urnas demonstraram”.

“Os erros foram tão graves que vários institutos de nome tradicional nesse segmento indicaram a possibilidade de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no 1º turno: Ipec (ex-Ibope), Datafolha, Quaest, Ipespe, MDA, AtlasIntel e FSB. Outro recorde infeliz: o Ipec fez 27 pesquisas para governador. Dessas, mesmo sendo feitas quase na véspera da eleição, 26 foram diferentes das urnas nos estados, e isso em um limite além do que a margem de erro autorizava”, destaca o governista.

Portinho defende ser preciso “discutir seriamente esse tema”. “Precisamos saber se tudo não passa de erros graves de metodologia ou se existe algo pior como a intenção deliberada de institutos e contratantes de manipular a opinião dos eleitores”, prossegue Portinho.

Para o debate, sugere a convocação de Moraes, além de representantes dos principais institutos de pesquisa do país e cientistas políticos.

CPI das Pesquisas

Em paralelo à audiência pública, Portinho e outros governistas do Senado articulam a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as pesquisas.

A CPI das Pesquisas, como está sendo chamada, atingiu o mínimo de assinaturas necessárias (27 senadores) para ser instalada.

Veja o requerimento:

Compartilhar notícia