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Institutos de pesquisa tentam se explicar após errarem resultados

Ipec e Datafolha culparam a migração de votos e a relação com eleitores conservadores para a diferença entre as sondagens

atualizado

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JP RODRIGUES/Metrópoles
Eleições 2020 entorno do DF- Santo Antônio
1 de 1 Eleições 2020 entorno do DF- Santo Antônio - Foto: JP RODRIGUES/Metrópoles

As diretoras dos institutos de pesquisa Ipec e Datafolha tentaram justificar, nesta segunda-feira (3/10), a grande diferença entre as sondagens e o resultados das eleições desse domingo (3/10). As especialistas apontaram a migração de votos e a relação tensa entre pesquisadores e eleitores conservadores como motivos para a discrepância entre as previsões e os números finais – 48,43% para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 43,20 para Jair Bolsonaro (PL), – o que levou a disputa para o segundo turno.

Nas sondagens divulgadas um dia antes do primeiro turno, os institutos indicavam diferença de 14 pontos percentuais entre Lula e Bolsonaro. O atual mandatário, no entanto, terminou bem acima do esperado, com 43,3% dos votos computados, enquanto Ipec e Datafolha o projetavam com 37% e 36%, respectivamente. Nas disputas estaduais e para o Senado, a diferença foi ainda mais gritante.

Márcia Cavallaria, CEO do Ipec (antigo Ibope), justificou que, provavelmente, parte dos indecisos e dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) pode ter mudado de ideia.

“Na pesquisa estimulada, tínhamos Ciro Gomes com 5% e ele obteve 3%. Eram 5% para a Simone e ela recebeu 4% dos votos. E o Lula não ganhou no primeiro turno por 1,6 ponto percentual. Para mim, isso demonstra uma provável migração de votos para o Bolsonaro vindos de parte dos indecisos e dos que desistiram de Ciro e Simone”, afirmou a diretora do instituto em entrevista ao O Globo.

Agressividade

A responsável pelo Datafolha, Luciana Chong, também culpa a migração de votos para a diferença entre os resultados. Ela também indica que a tensão na relação dos pesquisadores e com o eleitorado mais conservador pode ter interferido nos números finais.

“É um ponto de atenção que a gente vem monitorando. Não só dessa relação, mas toda a agressividade que vimos acontecer principalmente no último mês em relação aos pesquisadores. De fato pode ter tido alguma interferência, mas não acho que tenha sido só isso ou isso tenha sido fundamental”, disse durante entrevista à GloboNews.

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