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PT pede ao TSE para usar vídeo com fala de Bolsonaro sobre venezuelanas

Campanha de Lula pediu para TSE reconsiderar decisão que proibiu uso do vídeo em que o presidente fala sobre meninas venezuelanas

atualizado

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Em vídeo, Bolsonaro aparece ao lado da esposa, Michelle, e de mulher venezuelana pedindo desculpas por sua fala sobre prostituição de meninas do país. Ele usa camisa amarela e as mulheres, verde e branca - Metrópoles
1 de 1 Em vídeo, Bolsonaro aparece ao lado da esposa, Michelle, e de mulher venezuelana pedindo desculpas por sua fala sobre prostituição de meninas do país. Ele usa camisa amarela e as mulheres, verde e branca - Metrópoles - Foto: Reprodução

A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nessa quarta-feira (18/10), contra decisão da Corte que proibiu o uso de um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que “pintou um clima” ao descrever encontro com meninas venezuelanas de 14 e 15 anos.

O ministro Alexandre Moraes, do TSE, barrou o uso do vídeo em propaganda eleitoral que seria veiculada no último domingo (16/10). A campanha do petista declarou que não houve descontextualização de conteúdo do vídeo e pede que o entendimento seja reconsiderado.

As imagens são da entrevista do presidente ao podcast Paparazzo Rubro-Negro. Segundo Bolsonaro, durante um passeio de moto pela comunidade de São Sebastião, em Brasília, avistou meninas de 14 e 15 anos e que “pintou um clima”. Segundo ele, as moças eram bonitas e estavam bem arrumadas. O presidente ainda afirma que foi na casa das garotas conferir a condição em que viviam.

“A campanha de Bolsonaro tenta responsabilizar a campanha do ex-presidente Lula pela grande repercussão nas redes sociais causada pela fala, justamente pela indignação das pessoas ao se depararem com a declaração de um senhor de 67 anos no sentido de que teria ‘pintado um clima’ com ‘menininhas bonitinhas de 14 anos’. Comoção natural e inerente à gravidade da declaração de Jair Bolsonaro”, afirmam os advogados da Coligação Brasil da Esperança.

De acordo com os advogados de Lula não houve brechas para qualquer descontextualização, uma vez que na entrevista citada o presidente cita a questão dos refugiados venezuelanos: “O que choca é a história contada por ele para exemplificar a sua crítica acerca dos refugiados venezuelanos, relato esse que é objetivo, chapado, sem espaço para entendimento diverso”, alegam os juristas.

A coligação ainda argumenta que a campanha do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, quer apagar a confissão do presidente.

“O espanto e indignação é quanto ao que Bolsonaro ali naturaliza. Não há descontextualização, não há mentira. Apenas e tão somente indignação social com aquilo que foi efetivamente dito”.

Bolsonaro pede desculpas

Na terça-feira (18/10), o presidente publicou um vídeo ao lado da primeira-Dama, Michelle Bolsonaro, no qual pede desculpas por levantar suspeitas de que garotas venezuelanas estariam se prostituindo nos arredores de Brasília.

“Se minhas palavras, que, por má-fé, foram tiradas de contexto, foram, de alguma forma, mal entendidas ou provocaram algum constrangimento a nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas. Já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo”, afirmou Bolsonaro no vídeo.

O presidente também acusou “militantes de esquerda” de, após sua fala polêmica vir à tona, estarem “pressionando mulheres venezuelanas, a fim de obterem vantagem política neste momento”.

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