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PT lança vídeo com Lula dizendo ser contra o aborto: “A favor da vida”

Campanha petista muda estratégia e resolve competir com bolsonaristas na pauta religiosa e de costumes. Veja a peça

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
julgamento de Lula no TRE4 – reunião PT
1 de 1 julgamento de Lula no TRE4 – reunião PT - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República está divulgando, como anúncio, um vídeo do candidato afirmando ser contra o aborto. A peça publicitária é uma resposta aos ataques que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito, acusando os adversários de serem contra a família e a vida.

A divulgação do vídeo mostra que o PT desistiu de ignorar a pauta moral, estratégia que foi seguida durante a campanha no 1º turno. Na peça, Lula relembra seus casamentos e diz que não apenas ele, mas todas as três mulheres com quem casou eram contrárias ao aborto.

“Eu acho que quase todo mundo é contra o aborto. Não só porque somos defensores da vida, mas porque deve ser uma coisa muito desagradável, muito dolorida para alguém fazer um aborto”, diz o petista, na peça. Em outros posicionamentos, antes da campanha, Lula já havia defendido que o aborto não fosse tratado como crime, mas como questão de saúde pública.

Veja o vídeo:

Aborto é crime no Brasil, mas há exceções

O aborto não é permitido no Brasil, mas a lei tem exceções: quando a gravidez é fruto de estupro ou quando a grávida corre risco de vida. Nesse caso, os sistemas público e particular de saúde podem realizar o procedimento.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o aborto também pode ser realizado quando o feto é anencéfalo e não tem condições de sobreviver.

Pauta moral na eleição

A oposição ao aborto faz parte da retórica eleitoral de Bolsonaro desde a eleição passada, e tem sido reforçada pelo presidente a cada discurso.

Já Lula nunca se disse favorável ao aborto, mas defendeu, em abril deste ano, que a questão deveria ser tratada sob a ótica da saúde pública, lembrando que mulheres pobres correm mais riscos quando tentam o procedimento.

“Mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque é ilegal. A mulher pobre fica cutucando seu útero com agulha de crochê, fica tomando chá de qualquer coisa, quando a madame pode fazer um aborto em Paris, pode ir para Berlin e procurar uma boa clínica.”.

Nesta batalha eleitoral e moral, a militância petista também está explorando uma entrevista de Bolsonaro à revista Isto É Gente, em fevereiro de 2000, na qual o então deputado federal tinha opinião diferente da atual sobre o aborto.

Durante a entrevista à repórter Cláudia Carneiro, o presidente afirmou que a retirada do feto é uma escolha do casal. “O senhor já viveu tal situação?”, perguntou ela. “Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó.” Bolsonaro se referia ao seu quarto filho, Jair Renan, com Ana Cristina Siqueira Valle.

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