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“Orçamento secreto comprou a consciência e alma de muitos”, diz Tebet

Em encontro com acadêmicos, candidata criticou a execução das emendas de relator como forma de alavancar apoio do governo no Congresso

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet
1 de 1 Pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, voltou a criticar, nesta quarta-feira (24/8), a execução das chamadas emendas de relator, conhecidas popularmente como “orçamento secreto“. Nas palavras da senadora, o orçamento secreto “comprou a consciência e a alma de muitos” parlamentares.

O dispositivo tem sido usado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) principalmente com o objetivo de negociar apoio de políticos do Centrão na aprovação de pautas de interesse do Executivo federal em tramitação no Congresso Nacional.

A fala ocorreu durante agenda de campanha da emedebista com pesquisadores e acadêmicos de São Paulo. Na ocasião, Tebet estava acompanhada de Mara Gabrilli, que é candidata a vice-presidente na sua chapa.

O convite partiu da bióloga molecular e geneticista Mayana Zatz e tem por objetivo debater os desafios para ciência e tecnologia no próximo governo.

Teto de gastos

No encontro, Tebet defendeu que, caso eleita, tentará excluir investimentos na área de ciência e tecnologia do teto de gastos. “A educação está fora do teto de gastos. E estamos estudando a possibilidade de implantar, tirar do teto de gastos, os investimento com ciência, tecnologia e inovação. Com isso, a gente aumenta recurso no orçamento”, disse.

A senadora também firmou o “compromisso de que nenhum centavo será contingenciado”, e indicou que terá como prioridade atender às universidades, instituições acadêmicas, com enfoque na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

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Ainda no que diz respeito à execução orçamentária, a emedebista diz que está repensando o teto de gastos como âncora fiscal. “Estamos estudando fortemente essa possibilidade”, enfatizou.

“Quero dizer o seguinte: tenho analisado com economistas – sou liberal na economia, mas não sou fiscalista sem alma – e estamos estudando, tenho conversado muito com economistas que nos apoiam, precisamos repensar uma âncora fiscal para evitar orçamento secreto, desvio de dinheiro”, prosseguiu.

Incentivo estudantil

Mais cedo, a candidata ao Palácio do Planalto cumpriu agenda da campanha na Fundação Abrinq, em São Paulo. Na oportunidade, ela defendeu como proposta de governo, a criação de uma espécie de poupança para estimular jovens a concluírem o ensino médio. Segundo a senadora, o projeto consiste em conceder ajuda financeira anual aos estudantes da faixa etária, que poderão sacar as quantias após a conclusão do período escolar.

Tebet defendeu a proposta como alternativa para reduzir a quantidade de “jovens nem, nem”, que são os adolescentes que não estudam e não trabalham.

“Ao final do curso, eles poderão fazer o que quiser com o dinheiro”, explicou a candidata. “Podem comprar um celular, fazer uma viagem, um curso ou dar de entrada em um carrinho usado”, prosseguiu, defendendo que o programa, caso eleita, se chamará “Poupança Jovem”.

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