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Lula x Bolsonaro: debate tem troca de ofensas, repetição de fake news e mão no ombro

Situação curiosa do debate ocorreu quando Bolsonaro pediu para Lula ficar ao lado dele durante resposta sobre o Petrolão

atualizado

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Fábio Vieira/ Metrópoles
Lula e Bolsonaro
1 de 1 Lula e Bolsonaro - Foto: Fábio Vieira/ Metrópoles

O primeiro debate do 2° turno das eleições presidenciais entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), transmitido neste domingo (16/10) pela TV Bandeirantes, teve diversos momentos de tensão e troca de ofensas, mas também proporcionou situação curiosa de troca de sorrisos e até de mão no ombro.

O episódio ocorreu durante discussão sobre o Petrolão. Lula disse que acabaria com o sigilo do cartão de crédito de Bolsonaro, que respondeu apenas olhando para o adversário.

O petista declarou que estava à “disposição”, e o atual presidente acabou pegando no ombro do concorrente e disse: “Lula, fica aí”.

O candidato do PT, então, continuou falando e afirmou que Bolsonaro era um “puxa-saco” dele na época em que era presidente. “Me ligaram, me disseram que você era um puxa-saco meu que não tinha precedente na história. Porque você sabe que eu cuidei do Exército”, pontuou o petista.

O titular do Planalto não contestou a fala de Lula. Mas, antes disso, afirmou que, quando era deputado, fazia ao menos dois discursos por semana contra o governo do petista.

Ao longo de todo o debate, cada um dos candidatos tentou empurrar ao outro a denominação de mentiroso e propagador de fake news, como quando falaram sobre a pandemia da Covid-19, a transposição do rio São Francisco e casos de corrupção.

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No primeiro bloco, os dois trocaram acusações sobre omissão na educação e no combate ao coronavírus.

Lula começou perguntando a Bolsonaro sobre quantas universidades e escolas técnicas foram construídas nos últimos quatro anos. O candidato do PL rebateu dizendo que precisou anistiar dívidas dos estudantes que se formaram pelo Fies, programa de acesso ao ensino superior que financia a entrada em faculdades particulares.

Logo depois, o assunto mudou para pandemia. O ex-presidente acusou o candidato à reeleição de atrasar a compra de vacinas e perguntou se Bolsonaro não se sentia responsável pelas mortes ocorridas no Brasil. Lula aproveitou para abordar a CPI da Covid, que apontou superfaturamento nos preços da Covaxin. O mandatário do país disse que comprou os imunizantes no tempo correto e acusou o governo do PT na Bahia de desviar dinheiro na aquisição de respiradores.

Segundo bloco

Já no segundo bloco, os temas principais foram a composição do Supremo Tribunal Federal (STF), o orçamento secreto, o Petrolão e a propagação de fake news. Nesta etapa, os concorrentes responderam a perguntas formuladas pelos jornalistas.

O primeiro questionamento foi feito pela jornalista Vera Magalhães e versou sobre propostas de mudanças para a Suprema Corte. Enquanto Lula defendeu que os ministros do STF sejam escolhidos por competência e não tenham vinculação política, Bolsonaro se comprometeu a não dar andamento a alterações, assumindo que, caso seja eleito, sua expectativa é indicar mais dois ministros e “equilibrar” a composição do tribunal.

A segunda pergunta foi feita pelo jornalista Rodolfo Schneider, da TV Bandeirantes, e tratou da relação entre a Petrobras e a política. Bolsonaro disse que o valor dos combustíveis explodiu com a pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia, mas que ele conseguiu reduzir os preços para a população abrindo mão de todos os impostos federais. Já o candidato do PT defendeu que o valor dos combustíveis não seja fixado com base no dólar e se disse contra a privatização.

Patrícia Campos Melo, da Folha de S. Paulo, lembrou que ambas as campanhas já propagaram informações falsas e perguntou se os candidatos se comprometeriam a penalizar quem espalha mentiras. Lula disse que o adversário conta mentira o tempo todo e frisou que em outras campanhas que participou o “nível era outro”. Já Bolsonaro lamentou ter sido acusado de pedofilia e citou decisão de Alexandre de Moraes que mandou retirar o vídeo das redes sociais do PT.

Por fim, Josias de Souza, do grupo Uol, indagou sobre a relação com o Poder Legislativo afirmando que cada um dos dois candidatos comprou apoio enquanto ocupavam a Presidência. Bolsonaro disse que o orçamento secreto não tem nada a ver com ele. Já o ex-presidente assinalou que pretende criar o orçamento participativo.

Terceiro bloco

No último bloco, os candidatos ao Palácio do Planalto falaram sobre corrupção, desmatamento da Amazônia e política de países da América Latina.

Bolsonaro começou retomando o Petrolão, como se popularizou o esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato na Petrobras. Lula aproveitou a pergunta para falar dos feitos dele na estatal e disse que quem roubou foi preso. Logo depois, o candidato do PT mudou o assunto para aumento real do salário mínimo e economia. O atual presidente afirmou que o Brasil conseguiu melhorar mesmo com a pandemia e perguntou se Lula já tinha ministro da Economia, mas o petista preferiu não responder.

Na sequência, Lula criticou o desmatamento da Amazônia e acusou o governo Bolsonaro de ser o responsável pelo aumento das invasões em áreas de preservação. O candidato do PL negou qualquer culpa e disse que o PT foi o governo com maior devastação.

No fim, Lula esgotou os 15 minutos de fala bem antes que Bolsonaro, o que deixou o titular do Planalto com quase seis minutos para falar sozinho. O mandatário aproveitou para falar sobre países que elegeram presidentes de esquerda, como Nicarágua, Colômbia e Argentina, e a respeito da atual situação econômica de todos.

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