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Lula sobre Alckmin: “É como futebol, tem botinada e depois o bar”

O petista apontou a aliança com o PSB como prioritária sobre os acordos nos estados e por isso descartou palanque duplo em Pernambuco

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Em São Paulo, PSB oficializa nome de Alckmin como vice de Lula
1 de 1 Em São Paulo, PSB oficializa nome de Alckmin como vice de Lula - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a metáfora do futebol para explicar a escolha do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), antigo adversário, para ser seu vice na chapa ao Palácio do Planalto. Segundo Lula, no jogo, um dá “botinada” no outro e depois “vai para o bar tomar cerveja e conversar civilizadamente”. As declarações foram dadas em entrevista à Radio Jornal, de Recife.

Lula falou da relação com Alckmin (PSB) como prioritária na formação da aliança e, por isso, a chapa nacional terá prevalência sobre os acordos locais.

Ele ainda justificou a necessidade de ter o ex-tucano ao seu lado como forma de “completar a necessidade de falar com outros seguimentos que ele tem dificuldades”.

“Ora, para mim, é muito importante fazer essa aliança com o governador Alckmin. Primeiro pela representatividade que ele tem. Ou seja, um político que tem vinte anos na governança de São Paulo. É um político muito preparado, é um companheiro que nós disputamos duas eleições, trocamos ofensas, que é próprio de política. É como em um jogo de futebol. Um jogador dá uma botinada no outro mas, de repente, eles vão para o bar tomar cerveja e conversar da forma mais civilizada possível”, falou.

“Eu acho que a escolha do Alckmin vai da necessidade que eu tenho de falar com outros segmentos da sociedade, não apenas em São Paulo, mas no Brasil inteiro. E eu acho que ele vai me ajudar a fazer um governo melhor do que eu já fiz quando governei esse país de 2003 a 2010”, elogiou.

Pernambuco

Lula disse ainda que seu apoio oficial para o governo do estado será de Danilo Cabral, nome oferecido pelo PSB e não para Marília Arraes, que deixou o PT, rumo ao Solidariedade, e lançou seu nome na disputa.

Com isso, Lula atende a exigência colocada pelo PSB, de que o petista não esteja no palanque de Marília no estado.

“Eu, primeiro, lamentei profundamente a saída da Marília do PT de Pernambuco. Você sabe que o Humberto (senador Humberto Costa) era, na minha opinião, a pessoa que deveria ter sido candidato a governador. O Humberto retirou a candidatura para que o PSB pudesse indicar o candidato. Eles indicaram o Danilo e a Marília era então a preferida minha para candidata ao Senado. Por problemas internos, ela saiu do PT. Ao sair do PT, a Marília sabe criou uma situação para mim sobre o acordo que eu tenho com o PSB. Então o meu candidato a governador no estado de Pernambuco é o Danilo”, explicou o petista.

Lula, no entanto, disse que não se movimentará para impedir Marília de usar a foto tirada com ele, assim que ela decidiu deixar o partido.

“Eu não vou criar nenhum problema porque em outros estados eu estou apoiando outro candidato e tem candidato do PSB que vão a usar minha foto e vão trabalhar também a minha candidatura”, enfatizou Lula.

A ausência de Lula no palanque de Marília faz parte do acordo com o PSB, mas Lula também lembrou que, no passado, não havia problema em ter dois palanques no estado.

“Eu já fui candidato algumas vezes e algumas vezes tinha vários partidos políticos me apoiando. Aí em Pernambuco mesmo vocês são testemunha. Levava para o palanque o Eduardo Campos e o Humberto Costa. Os dois eram candidatos a governador. Eu pedia voto para os dois e dizia que quem for para o segundo turno a gente vai eleger governador. E deu certo. O Eduardo Campos foi eleito governador”, lembrou.

“Inclusive vai ter gente de outros partidos mais conservadores que vão querer trabalhar a minha candidatura para presidente e eu, obviamente, não vou brigar com ninguém”, disse Lula.

 

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