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Haddad busca romper teto do PT em SP para enfrentar antipetismo no 2º turno

Na carona de Lula e Alckmin, ex-prefeito pode superar desempenho petista de 2010 e levar o partido ao 2º turno no estado depois de 20 anos

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
fernando haddad
1 de 1 fernando haddad - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Rotulado como “o mais tucano dos petistas”, Fernando Haddad está prestes a atingir um feito inédito para o PT no estado dominado há décadas pelo PSDB. Todas as pesquisas indicam que o ex-prefeito paulistano deve avançar ao segundo turno da eleição para governador neste domingo (2) como líder da disputa, o que nunca ocorreu nos 40 anos em que o partido lança candidato ao cargo.

A própria ida ao segundo turno já representaria a quebra de um tabu de 20 anos para o PT paulista — a única vez que isso ocorreu foi com José Genoino, em 2002. A façanha ainda poderá ser celebrada com uma outra marca importante para a sigla, o rompimento do teto eleitoral petista no estado, simbolizado pelos 35% de votos válidos obtidos por Aloizio Mercadante no pleito de 2010.

Embora as projeções inspirem otimismo ao núcleo petista, a campanha de Haddad sabe que para vencer a eleição terá de enfrentar na reta final, além do candidato rival, um componente político extra que ainda exibe força em São Paulo: o antipetismo. Aliados reconhecem que a rejeição ao PT ainda é alta no estado e que isso anula o favoritismo demonstrado por Haddad até agora.

Entre os principais fatores que alavancaram a candidatura do ex-prefeito estão o chamado recall eleitoral, que é a lembrança que o eleitor tem do candidato — Haddad vem de uma eleição presidencial em 2018 –, e a carona que o petista pegou nas popularidades do ex-presidente Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin, que desistiu de concorrer ao governo para ser vice na chapa lulista e virou cabo eleitoral de Haddad no estado.

Ex-tucano histórico e quatro vezes governador, Alckmin circulou com Haddad para tentar reduzir o índice de rejeição ao petista, o mais alto entre os candidatos, especialmente entre os eleitores do interior do estado, tradicionalmente mais conservador. Para a campanha do ex-prefeito, a estratégia surtiu efeito e agora a torcida é para que Lula e Alckmin vençam no primeiro turno para o ajudarem no segundo em São Paulo.

A postura de Haddad na corrida estadual, porém, não é uma unanimidade entre os aliados. Petistas se queixam que a campanha foi muito “morna” nos ataques aos adversários, especialmente ao governador Rodrigo Garcia (PSDB), considerado o oponente mais difícil de ser derrotado no segundo turno, e que o ex-prefeito focou mais em elogiar Lula e criticar o presidente Jair Bolsonaro do que em debater os problemas estaduais e defender sua gestão na prefeitura da capital.

Ainda na fase de pré-campanha, quando o ex-governador Márcio França (PSB) pressionava o PT para apoiá-lo em uma nova candidatura ao governo, o próprio Haddad admitiu a um interlocutor que sua “prioridade era eleger Lula” e que se fosse necessário abriria mão de concorrer ao comando do estado para ajudar o presidenciável petista. Segundo Haddad, a cúpula da sigla entendeu que a candidatura própria em São Paulo era fundamental para o projeto nacional do partido.

Até por isso, o desempenho de Haddad no primeiro turno surpreendeu as expectativas de alguns petistas históricos no estado. Aos 59 anos, o ex-prefeito e ex-ministro da Educação representa, na visão desses aliados, a maior chance que o PT já teve de acabar com a hegemonia do PSDB em São Paulo e tem a responsabilidade de evitar uma vitória do bolsonarismo no estado mais rico do país, caso o adversário do segundo turno seja o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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