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Evangélica, Benedita da Silva defende diálogo com setor sem concessões

Deputada faz parte de grupo evangélico do PT, mas diz que Lula não pode se render à pauta dos pastores

atualizado

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Benedita e Lula
1 de 1 Benedita e Lula - Foto: Reprodução

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) investe em uma agenda de cultos e missas com o objetivo de garantir sua hegemonia de votos no meio religiosos, em especial no segmento evangélico, seu principal adversário na corrida ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não deve incluir nos compromissos de campanha as idas ao templos.

Se depender da orientação de uma das mais próximas aliadas no Rio de Janeiro, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), evangélica e coordenadora o Núcleo Evangélico do PT (NEPT), o tratamento desigual para o voto religioso representa um desrespeito à fé alheia. E não deve fazer parte da estratégia petista na conquista desse eleitoado.

“O presidente Lula, historicamente, sempre tomou muito cuidado em não fazer uso eleitoral das atividades religiosas. Você nunca viu o Lula ir a Aparecida do Norte num ano eleitoral e nem frequentar nenhuma outra atividade religiosa”, disse a deputada, que é candidata à reeleição.

A disputa pelo eleitorado religioso pautou a primeira semana de campanha, com acenos de Lula a esse setor e uma ação forte da campanha petistas para desmentir notícias falsas. O petista, por exemplo, foi  alvo de fake news espalhadas por aliados de Bolsonaro, como o deputado Marco Feliciano (PL-SP), que  afirmou que Lula, se eleito, fecharia igrejas.

Para Bolsonaro que tenta a reeleição, manter a hegemonia entre o eleitorado evangélico representa uma chance de virada sobre o ex-presidente Lula, hoje em primeiro lugar nas pesquisas. Já o petista vê a possibilidade de ganhar no primeiro turno caso cresça no segmento.

De acordo com última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (18/8), Bolsonaro lidera entre esse público com 49% das intenções de voto. Lula tem 32%. Já entre católicos, Lula tem vantagem.

Como dialogar?

Para Benedita, a ordem é tranquilizar os fieis sobre notícias falsas. “A nossa tática da campanha é conversar com o campo evangélico e primeiro tranquilizar que os medos ligados as questões polêmicas, como a de que Lula vai fechar igreja, não corresponde com a realidade. A prova disso foi a sanção da lei 10.825/2003 que garante a liberdade de organização de igrejas”. destacou.

“Depois, manter nosso foco, que é mostrar para nosso Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil. Os problemas socio-econômicos, como a insegurança alimentar, o preço dos combustíveis, desemprego e todo o desastre do governo Bolsonaro, não deixam dúvidas da importância da vitória do Lula para a vida do povo”, opina.

“Uso trágico da fé”

Benedita orienta no sentido de que a campanha petista continue focando no programa de governo, em vez de se moldar em respostas à pauta dos pastores. A aposta da deputada é de que os evangélicos entenderão o recado.

“Lula prefere acreditar na identidade que existe entre seu programa de governo e os princípios religiosos da Justiça, da Fraternidade, da prática da solidariedade”, observou.

Segundo ela, para Lula, nada mais evangélico do que “acabar com a fome, lutar pela inclusão dos pobres, cultivar práticas de fraternidade e cultivar uma cultura de Paz”.

“Se a gente condena o uso trágico da prática religiosa por parte de políticos inescrupulosos, nós não poderíamos repetir essa mesma prática. Portanto, na campanha vamos sim dialogar com as igrejas, debater um programa de resgate da dignidade do povo com as igrejas, pensar em parcerias no cuidado com os pobres. Jamais tomar partido por este ou aquele candidato. Isso é uso eleitoreiro das Igrejas e da fé do povo”, destacou.

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