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Candidato investigado por caixa 2 declara R$ 5,1 milhões em espécie

Valor equivale a 32% do patrimônio de Clébio Lopes Jacaré, candidato a deputado federal pelo RJ. Em 2018, ele não tinha nada em espécie

atualizado

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1 de 1 jacaré - Foto: Reprodução/ Redes sociais

Candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro, o empresário Clébio Lopes Pereira (União), de 52 anos, conhecido como Jacaré, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 5,15 milhões em espécie.

Trata-se do maior valor em dinheiro vivo declarado pelos mais de 28 mil candidatos das eleições 2022, revela levantamento do Metrópoles junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dados foram compilados nessa quarta-feira (17/8).

Jacaré foi citado em denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e investigado pelo uso de laranja e por caixa dois nas últimas eleições federais.

Além disso, é presidente da Doctor Vip Brasil, empresa que teria sido favorecida pela Prefeitura do Rio, segundo apuração do Tribunal de Contas do Município (TCM).

Na prática, a quantia em espécie equivale a um terço (32,3%) do total de bens declarados por Jacaré. O candidato afirmou possuir um patrimônio de R$ 15,918 milhões, o que inclui também uma casa e três terrenos, além de um depósito em conta no exterior, quotas de capital e benfeitorias.

Chama a atenção que Jacaré, durante as eleições de 2018, declarou ter R$ 3,979 milhões em bens – mas nenhum real em dinheiro vivo. Houve uma evolução de 300% no período.

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Na ocasião, Jacaré conquistou cerca de 16 mil votos, em campanha que contou com o apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), e foi eleito suplente de deputado federal.

Questionado pelo Metrópoles sobre o motivo de ter mais de R$ 5 milhões em dinheiro vivo, Jacaré respondeu o seguinte: “Pois a legislação permite ter, e se for o caso de ser proibido, sugiro ao Banco Central que pare de imprimir papel moeda”.

Dinheiro em espécie, no entanto, facilita o crime de lavagem. Um projeto de lei que limita transações com dinheiro vivo chegou a ser aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado em outubro passado. Desde então a pauta aguarda a designação do relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa.

Jacaré foi citado em denúncia do MPRJ pois a conta dele teria sido usada para desvio de dinheiro pelo empresário Leandro Braga de Souza, um dos presos na Operação Favorito – ação deflagrada em 2020 que investigou desvios de recursos públicos da Saúde do estado do Rio de Janeiro.

“Há ainda outras provas de que Leandro Braga de Souza se utiliza extensivamente de contas bancárias de terceiros para arrecadar os valores desviados dos cofres públicos. Dentre estas, destaca-se a conta bancária da Imagem Transporte e Locações LTDA, empresa que pertence a Clébio Lopes ‘Jacaré'”, detalha o MP do Rio.

Dois depósitos, no valor total de R$ 35 mil, teriam sido feitos na conta da empresa de Leandro Braga na conta da Imagem Transporte, em março de 2018.

Também pairam suspeitas sobre uma outra empresa de Jacaré, a Doctor Vip. A companhia foi subcontratada por uma Organização Social (OS) para empregar médicos em clínicas da família e em centros de atenção psicossociais na capital fluminense. Um relatório do TCM do Rio apurou potencial favorecimento.

Em março do ano passado a Prefeitura do Rio abriu uma sindicância. Procurado, o órgão não se manifestou sobre o resultado da apuração.

“A Doctor Vip não tinha contratos com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ela era contratada da organização social CEPP, que na ocasião administrava o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro (HMMR). Os contratos entre a Doctor Vip e a CEPP, referentes à contratação de profissionais como pessoa jurídica, foram assinados entre 2019 e 2020, no governo passado. Desde o início da atual gestão, em janeiro de 2021, a SMS advertiu e proibiu qualquer tipo de pjotização na rede municipal de saúde. A CEPP não é mais a gestora do HMMR”, esclareceu o Executivo municipal, em nota.

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