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Associações de caminhoneiros pedem fim de bloqueios e respeito à urna

Associações de caminhoneiros dizem a integrantes reconhecimento do resultado das urnas e fim dos bloqueios em rodovias de 11 estados e do DF

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Caminhoneiros fecham rodovias com pneus queimando, após derrota de Bolsonaro, país tem 63 bloqueios em rodovias - Metrópoles
1 de 1 Caminhoneiros fecham rodovias com pneus queimando, após derrota de Bolsonaro, país tem 63 bloqueios em rodovias - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Associações de caminhoneiros pediram, nesta segunda-feira (31/10), o fim dos bloqueios em rodovias de todo o país, organizados por grupos de manifestantes após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há manifestações em 11 estados e no Distrito Federal. Além disso, 63 pontos de bloqueio foram identificados pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Em vídeo divulgado no Instagram, o presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, pediu que os caminhoneiros reconheçam o resultado das urnas. Ele parabenizou Lula (PT), presidente eleito, pela vitória na eleição.

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“Estamos passando por um momento muito difícil, muita gente me ligando, perguntando referente a paralisação. Alguns pontos já parados no país. Mas quero reconhecer a eleição, a democracia desse país, parabenizar o presidente Lula pela sua vitória”, afirmou.

Chorão disse que a categoria precisa dialogar com o governo para conquistar melhorias para o setor. Além disso, criticou as paralisações e disse que os atos vão “prejudicar a economia do país”.

“A gente precisa, referente à categoria, ter um alinhamento com o próximo governo. Precisamos lutar, sim, pelo nosso seguimento do transporte. Muitas coisas a gente precisa retirar do papel. Esse movimento de parar o país vai prejudicar muito a economia. Precisamos ter reconhecimento da democracia desse país, da vitória do presidente”, afirmou.

Veja:

“Ação antidemocrática”

Em nota divulgada nesta manhã, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logísticas (CNTTL) pediu o respeito ao “resultado soberano das urnas”. A organização classificou os atos desta segunda como “antidemocráticos”.

“Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, afirmou o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.

O líder ressaltou que os 800 mil caminhoneiros autônomos ligados à CNTTL permanecerão na “luta” pelas reinvindicações da categoria, como a volta da aposentadoria aos 25 anos de trabalho e a consolidação do Piso Mínimo de Frete. Veja:

Autoria dos atos entre caminhoneiros

As manifestações não foram convocadas por uma organização específica, mas têm sido incentivadas por grupos bolsonaristas nas redes sociais. Segundo Polícia Rodoviária Federal (PRF), há bloqueios nos seguintes estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Rodovias do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, de Rondônia, do Pará, de Goiás, São Paulo e do Distrito Federal também foram atingidas.

Uma série de canais foram criados no aplicativo Telegram para convocar atos em todo o Brasil. Os grupos pedem intervenção militar devido ao resultado das eleições.

Com 100% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 00h29 de segunda-feira (31/10), Lula venceu as eleições brasileiras com 50,90% dos votos válidos.

O petista bateu o próprio recorde e recebeu o maior número de votos da história do país: 60.345.999. Jair Bolsonaro recebeu 58.206.354 votos e ficou com 49,10%.

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