metropoles.com

Após crise, Lula chama antigos petistas para comando da campanha

Partidários do ex-presidente temem saída de Franklin Martins após queda de braço na contratação de marqueteiro

atualizado

Compartilhar notícia

Ricardo Stuckert/Divulgação
Ex-presidente Lula se reuniu com lideranças de PSB, Rede, PCdoB e PV para discutir meio ambiente. Na foto ele discursa em mesa ao lado do ex-ministro Aloisio Mercadante -Metrópoles
1 de 1 Ex-presidente Lula se reuniu com lideranças de PSB, Rede, PCdoB e PV para discutir meio ambiente. Na foto ele discursa em mesa ao lado do ex-ministro Aloisio Mercadante -Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

A crise na comunicação da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o clima de apreensão gerado pelas pesquisas que indicam uma diminuição da diferença entre o petista e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) obrigaram o núcleo em torno de Lula a se ampliar, chamando petistas históricos para também colaborarem de forma mais efetiva a partir de agora.

Encontros estão marcados para esta terça-feira (26/4), com a inclusão de mais um nome no núcleo de campanha: trata-se do ex-ministro Gilberto Carvalho, que chefiou o gabinete pessoal de Lula no Palácio do Planalto e, até o momento, estava alijado de todas as decisões da campanha.

Carvalho começará agora a se interar dos passos do petista, até então conhecidos apenas pelo restrito grupo comandado pela presidente da legenda, Gleisi Hoffmann). Até então, o ex-ministro, que esteve ao lado do petista durante todo o governo, não tinha acesso nem mesmo à agenda do pré-candidato, muito menos das costuras políticas.

Nesta segunda-feira (25/4), reuniões ocorreram em São Paulo, nas quais se juntaram ao entorno de Lula o senador Jaques Wagner (BA), o ex-governador do Piauí Wellington Dias e o deputado Reginaldo Lopes (MG), pré-candidato ao Senado em uma aliança com o PSD, do ex-prefeito de Belo Horizonte (MG) Alexandre Kalil.

“Insatisfação retumbante”

A exclusão de Carvalho do centro de decisões vinha gerando críticas de petistas mais antigos, inconformados com a blindagem a Lula.

Na última visita do petista a Brasília, Carvalho chegou a avisar a Lula que estaria a sua disposição para contribuir com o que fosse preciso. Foi a partir dessa conversar que Lula o chamou para a reunião que ocorrerá no Instituto Lula.

“Há uma retumbante indignação de todas as correntes do PT com a ausência de Gilberto Carvalho na campanha”, disse ao Metrópoles, um quadro do partido, em reservado.

Para alguns petistas ouvidos, a blindagem partiu do próprio ex-presidente, que confiou a poucos a condução da campanha. Entre os primeiros chamados por Lula estavam apenas Gleisi, José Guimarães, Paulo Teixeira, Aloizio Mercadante, Luiz Dulci, Paulo Frateschi e Márcio Macedo, este último como única pessoa da confiança de Lula para desempenhar a função de tesoureiro da campanha.

Macedo, no entanto, assumiu um mandato na Câmara e quer tentar sua reeleição como deputado federal. Isso, na avaliação de petistas, inviabilizaria os planos de dar a ele essa função.

Problemas e atritos

A chegada de mais nomes não ameniza os urgentes problemas que podem surgir no horizonte do petista. Um deles refere-se à comunicação. Um dos pontos temidos hoje é a possibilidade de que o chefe da comunicação da campanha, o jornalista Franklin Martins, deixe a função devido aos atritos na contratação da empresa responsável pela produção de peças publicitárias e vídeos.

Franklin havia insistido na manutenção do contrato com a MPB, do empresário Augusto Fonseca. O jornalista, no entanto, perdeu a queda de braço com o chefe da comunicação do PT, Jilmar Tatto, que defendeu o cancelamento do contrato com Fonseca e conseguiu emplacar o publicitário Sidônio Palmeira, dono da empresa Leiaute. Ele foi responsável pelas campanhas de Fernando Haddad em 2018 e por campanhas petistas na Bahia, como a de Wagner e a de Rui Costa.

Segundo petistas ouvidos, o valor superior a R$ 40 milhões cobrados por Fonseca foi a gota d’água, diante de uma realidade de poucos recursos do fundo partidário para a pré-campanha, agora que a lei não permite mais arrecadação de recursos privados.

“Essa coisa do Franklin também está chata demais. Acho que corre o risco de ele sair, pelo temperamento dele”, disse um petista ouvido em reserva pelo Metrópoles.

“Julgamento” de Dilma

Outro ponto de reclamação comum entre petistas refere-se ao alijamento da ex-presidente Dilma Rousseff da campanha. Um ex-ministro de Dilma disse ao Metrópoles, também em reservado, que o tratamento dado à ex-presidente se assemelhava a um “julgamento”.

“A ausência da Dilma dá a impressão de julgamento. Ela deveria estar mais presente”, reclamou.

Dilma esteve ausente inclusive do encontro de Lula com as mulheres do partido em março, evento que foi organizado justamente quando a ex-presidente havia viajado ao Chile para representar o PT na posse do presidente eleito daquele país, Gabriel Boric.

Um dos petistas ligados a Lula justificou que a ex-presidente tem contribuído com as questões internacionais por ela ter muito respeito fora do país, mas não negou a avaliação de que a presença dela na campanha mais atrapalha que ajuda.

O encontro de mulheres com Lula, organizado pela secretaria de Mulheres do partido, também não convidou ex-ministras petistas, que foram responsáveis por feitos como a implementação dos mecanismos garantidores da Lei Maria da Penha e de políticas de empoderamento feminino.

Uma das não convidadas foi a deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), ministra das Mulheres durante o governo de Dilma.

0

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?