Aposta do Partido Novo na corrida pelo Palácio do Planalto nas Eleições 2018, o pré-candidato João Amoêdo criticou a falta de sequência de projetos entre governos distintos. Na visão do presidenciável, boas propostas devem ser mantidas independentemente de quem deu início a elas.
Nessa linha de pensamento, Amoêdo reforçou que tanto a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a chamada “PEC do teto dos gastos”, como a reforma da Previdência são proposições importantes do governo de Michel Temer (MDB). “A PEC tem que ser mantida e a reforma da Previdência deve ser feita a partir daquele modelo, senão as contas não fecham”, defende.
A PEC 241/55 impõe limite aos gastos públicos pelos próximos 20 anos e fixa um limite anual de despesas para os três Poderes, incluindo Ministério Público e Defensoria Pública da União. Já a reforma da Previdência tem sido alvo de longas batalhas no Congresso e deve voltar à pauta com força após as eleições, em outubro.
“Me incomoda quando bons programas foram colocados e um político que entrou (na legislação seguinte) achou que não poderia continuá-lo. Assim, a gente começa tudo de novo na gestão pública e o que temos que ter é continuidade. O gestor não está trabalhando para criar uma agenda de eventos pessoais”, criticou.
Confira a íntegra da entrevista:

João Amoêdo (Novo): o candidato não fala diretamente sobre Lei Rouanet, mas diz que irá buscar novas formas de financiamentode cultura, do esporte e da ciência com fundos patrimoniais dedoaçõesMichael Melo/Metrópoles

A sabatina foi feita pela diretora de Redação, Lilian Tahan, e pelo colunista Caio Barbieri na sede do Metrópoles, no Lago Sul, em BrasíliaMichael Melo/Metrópoles

O pré-candidato à Presidência da República tocou em temas polêmicos durante a conversa, como o porte de armas e abortoMichael Melo/Metrópoles

O presidenciável também reafirmou a posição favorável à privatização de empresas públicasMichael Melo/Metrópoles

Questionado sobre a falta de experiência política, o pré-candidato ao Planalto João Amoêdo (Novo), sem passado eleitoral, afirmou que "o Brasil precisa de novas pessoas que tenham princípios e valores"Michael Melo/Metrópoles

Sobre o reajuste salarial de servidores públicos, João Amoedo afirmou que o governo terá que trabalhar "dentro do orçamento e mostrar que as contas públicas têm que atender as necessidades da população"Michael Melo/Metrópoles

O pré-candidato criticou a gestão atual do governo. "Na medida em que você está na máquina pública e não faz nenhum corte, é muito difícil que a população aceite esse discurso. Nossa tese é que tem que começar a fazer o dever de casa, cortando os próprios custos do governo"Michael Melo/Metrópoles

João Amoedo fundou o Novo e concorreu à presidência pelo partidoMichael Melo/Metrópoles

João Amoêdo foi candidato a presidente da República em 2018Michael Melo/Metrópoles
Privatização
Na mesma entrevista, o pré-candidato defendeu a privatização de instituições públicas. “As estatais se transformaram no centro de corrupção. O melhor jeito de combater isso é deixá-las com a iniciativa privada”, afirmou.
Amoêdo disse que, se eleito, pretende fazer concessões à iniciativa privada. Segundo o pré-candidato, “cabe ao cidadão ser acionista ou não da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa, e não o governo determinar isso”, acrescentou.
O candidato do Novo ponderou também sobre os processos de concessões, dizendo que deve-se “aumentar a concorrência para não sairmos de um monopólio público para um privado”
Formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em administração de empresas pela PUC-Rio, Amoêdo é um dos fundadores do Partido Novo. Ele tenta emplacar a imagem de “outsider” da política, uma vez que não carrega passado eleitoral e nem experiência como gestor público. Até o momento, seu desempenho nas pesquisas eleitorais é tímido: soma 1% nas intenções de voto para o Palácio do Planalto.
A aposta do Novo para a corrida eleitoral fez carreira no mercado financeiro após ter começado como estagiário no Citibank, instituição na qual foi promovido a gerente com apenas 25 anos. Em 2009, entrou para o Conselho de Administração do Itaú-BBA, função que exerceu até 2015.