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Bolsonaro diz que indicará alguém do “perfil do Moro” para STF

Candidato reforçou que, além de Heleno, estão confirmados os nomes de Onyx Lorenzoni para a Casa Civil e de Paulo Guedes para a Fazenda

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Solenidade de Filiac?a?o do Deputado Jair Bolsonaro ao PSL
1 de 1 Solenidade de Filiac?a?o do Deputado Jair Bolsonaro ao PSL - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira (16/10) em entrevista ao SBT que, se for eleito, indicará alguém do “perfil do Moro” para o Supremo Tribunal Federal (STF), em referência ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba (PR).

Se vencer a eleição em 28 de outubro, Bolsonaro terá poder de indicar ao menos dois nomes para a Corte, por causa da aposentadoria compulsória dos ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. O presidenciável afirmou ainda que não vê problemas em indicar militares para exercer cargos em governos civis. Ele já prometeu que, se eleito, vai indicar o general Augusto Heleno para a Defesa.

“Não sei por que há preconceito com militares. Nos governos anteriores havia terroristas e não sei  por que não questionavam isso”, afirmou o candidato. Ele disse ainda que há “bons civis” que o apoiam, mas que “pedem reservas”.

O candidato do PSL voltou a dizer que pretende ter um ministério “enxuto”, com 15 integrantes “aproximadamente”. Ele também reforçou que, além de Heleno, estão acertados os nomes do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil e do economista Paulo Guedes para a Fazenda.

Sobre Guedes, Bolsonaro elogiou o trabalho dele. “É um homem da confiança nossa”, ressaltou. Comentando declarações do vice dele, o general Hamilton Mourão (PRTB), Bolsonaro afirmou que se trata de uma pessoa bastante preparada e que houve “excesso da imprensa” em torno da fala dele sobre 13º salário.

Rótulos
O candidato afirmou que os rótulos colocados nele “aos poucos estão sendo desmistificados”. Questionado sobre o que acha de ser chamado de “fascista”, “nazista”, “homofóbico” e “misógino”, ele aproveitou para atacar o PT.

“Não sou nada disso. O outro lado que está disputando comigo até em seu próprio plano de governo fala em controle social da mídia, diz em aumentar o Imposto de Renda para pessoa física, diz em criar mais estatais. Então o outro lado é completamente oposto do meu”, afirmou.

Ele também disse entender o motivo pelo qual ele tem “rótulo de estatizante”. “É porque eu sou militar e o período militar foi estatizante. Agora, por outro lado, quem faria uma Itaipu binacional se não fosse o Estado naquele momento? Então nós vamos, sim, partir para uma política de privatização com responsabilidade, que não só o sistema financeiro, bem como os brasileiros, vão se orgulhar desta nossa proposta”, afirmou.

Privatizações
Na entrevista, o candidato do PSL negou o rótulo de estatista. Questionado sobre a linha econômica que vai adotar, ele disse que “vai partir para privatizações”. “Mas nós vamos limitar os setores estratégicos”, sem indicar quais áreas seriam incluídos

Bolsonaro disse também que “não tem cavalo de pau” na economia se ele for eleito e negou mais uma vez que vai aumentar impostos Perguntado se a máxima vale até para a população mais rica do País, o candidato emendou: “Do jeito que está, não se pode falar em mais ricos no Brasil. Não vai ter aumento de impostos”. O candidato voltou a dizer que, em caso de ser eleito, o Banco Central será “independente de política”.

Previdência
O presidenciável reafirmou também a contrariedade em relação à proposta de reforma da previdência feita pelo governo do presidente Michel Temer. “Vamos fazer a nossa reforma. A que está aí é difícil de passar, é botar remendo novo em calça velha”, afirmou

Para o candidato, a discussão em torno de uma reforma para a previdência tem determinado limites. “Não podemos penalizar quem tem direito adquirido. O próprio servidor público, por exemplo, já sofreu duas reformas previdenciárias. Podemos mexer em alguma coisa, sim. Temos propostas neste sentido. Mas ninguém vai ser penalizado”, afirmou.

Ele voltou a afirmar que pode propor mudanças na Previdência de militares, mas que “não se pode igualar aos demais (contribuintes) com direitos trabalhistas diferentes”.

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