O gigante varejista americano Walmart concordou em pagar 3,1 bilhões de dólares para resolver as acusações de que contribuiu para a crise nacional dos opioides, nos Estados Unidos. A decisão foi anunciada por promotores de Nova York e pela companhia.
A empresa vinha sendo responsabilizada por não regulamentar as prescrições desses medicamentos em suas lojas. O valor pago será destinado a “comunidades de todo o país” e “exigirá melhorias significativas na forma como as farmácias do Walmart lidam com opioides”, disse a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, em comunicado oficial.
As redes de drogarias americanas CVS e Walgreens também concordaram no início de novembro em desembolsar, juntas, US$ 10 bilhões em acordos similares.
A “crise dos opioides” começou no fim dos anos 1990, nos Estados Unidos. Calcula-se, por exemplo, que perto de 106 mil pessoas morreram de overdose de drogas no período de 12 meses, concluído em outubro de 2021, de acordo com dados do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
Desse total, dois terços dos casos envolveram opioides sintéticos, como o fentanil, uma droga com potencial analgésico mais forte e de ação mais rápida do que opiáceos naturais. Além disso, ela é cerca de 100 vezes mais potente do que a morfina.
Essas substâncias, totalmente sintéticas, são chamadas de opioides por semelhança aos opiáceos, derivados do ópio. Todas têm efeito analgésico, aliviam a dor, e hipnótico, provocando sono. Causam dependência e deveriam ser usadas em terapias contra dores crônicas ou de alta intensidade.