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Senado Federal aprova Orçamento 2021. Texto vai a sanção presidencial

A sessão da Casa começou com com mais de 2 horas de atraso em função da demora na análise da proposta na Câmara dos Deputados

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Plenário do Senado Federal – Brasília(DF), 10/05/2016
1 de 1 Plenário do Senado Federal – Brasília(DF), 10/05/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Por 60 votos a 12, oSenado Federal aprovou, na noite desta quinta-feira (25/3), o substitutivo do Orçamento de 2021 (PLN 28/20). A sessão da Casa começou com duas horas e meia de atraso em função da demora na análise da proposta na Câmara dos Deputados, prevista para se encerrar às 18h, o que não ocorreu. A matéria vai a sanção presidencial.

O parecer aprovado pelo Congresso Nacional é do relator-geral, o senador Márcio Bittar (MDB-AC). Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), elogiou o trabalho do colega na análise da proposta e também dirigiu elogios à deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), que presidiu a Comissão Mista de Orçamento (CMO).

De acordo com a peça aprovada, as receitas e as despesas somarão R$ 4,324 trilhões. O rombo do setor público deve alcançar os R$ 251,1 bilhões (incluindo empresas estatais, estados e municípios). O teto dos gastos é de R$ 1,48 trilhão.

O déficit primário nas contas públicas poderá chegar a R$ 247,1 bilhões.

A análise faz parte da sessão conjunta do Congresso, que, em razão da pandemia de Covid-19, tem sido realizada em duas etapas: a primeira só com deputados federais e outra parte com senadores, que ocorre logo após a conclusão na Câmara.

Parâmetros

A nova peça orçamentária se baseou em parâmetros macroeconômicos defasados, ou seja, com gastos do governo subestimados. Um desses parâmetros, por exemplo, é a taxa média de juros utilizada, a chamada Selic média, em 2,63% ao ano. Atualmente, essa taxa já está em 2,75% e pode chegar a 3,5%, segundo previsões do mercado.

O relatório manteve o reajuste a militares das Forças Armadas em 2021. O impacto estimado pela equipe econômica é de R$ 7,1 bilhões.

Remanejamento

O relator, no entanto, incluiu no parecer um corte de R$ 26,5 bilhões de recursos do seguro-desemprego, abono salarial, subvenções ao agronegócio e benefícios previdenciários e destinou os recursos para obras e gastos dos ministérios. A mudança constou em uma complementação de voto apresentada no início da tarde, que foi aprovada na Comissão Mista de Orçamento. e seguiu para o plenário.

Bittar cedeu à pressão de deputados e senadores governistas que queriam, neste ano pré-eleitoral, ampliar recursos para projetos com maior impacto político nas bases dos congressistas. Ele alegou ainda que os gastos previdenciários estão em queda devido à recente reforma e ao combate a fraudes.

A previsão do Ministério da Economia é que irá faltar cerca de R$ 8,5 bilhões para as despesas sociais neste ano.

Os R$ 26,5 bilhões acabaram direcionados a áreas indicadas pelos parlamentares e pelo governo. A maior parte vai para obras e ações nas áreas das saúde, infraestrutura, agricultura, assistência social e também, por indicação da oposição, regularização fundiária e fiscalização ambiental.

Segurança e Defesa

Outra parte vai para gastos com a Polícia Federal e administração de outros órgãos do governo.

Na complementação de voto apresentada nesta quinta, o relator fixou em R$ 8,8 bilhões o montante total destinado a investimentos pelo Ministério da Defesa. O total reservado a investimentos no orçamento deste ano é de R$ 37,6 bilhões.

Com a mudança, o Ministério do Desenvolvimento Regional (administração direta e órgãos vinculados) ficou com previsão de R$ 10,2 bilhões, e o Fundo Nacional de Saúde, com R$ 8,3 bilhões. As duas áreas são as mais favorecidas com o remanejamento de R$ 26,5 bilhões.

Foram canceladas dotações reservadas inicialmente pelo Poder Executivo para quitar benefícios previdenciários, no total de R$ 13,5 bilhões; para o abono salarial, R$ 7,4 bilhões; e para o seguro-desemprego, R$ 2,6 bilhões.

Do total remanejado, cerca de R$ 16,4 bilhões permanecem condicionados à aprovação de um crédito suplementar para contornar a chamada “regra de ouro”. Essa proposta só poderá ser apresentada após a sanção do Orçamento.

Saúde

Ao todo, ações e serviços públicos de saúde terão um orçamento de R$ 125 bilhões, valor pouco superior ao piso constitucional (R$ 123,8 bilhões) e superior ao que foi destinado no ano passado (R$ 121 bilhões).

No entanto, a destinação está abaixo do que foi efetivamente gasto em Saúde em 2020. Considerando os créditos extraordinários da pandemia, o gasto total foi de R$ 161 bilhões.

Educação

O montante destinado à Educação alcança R$ 100 bilhões. O mínimo que deveria ser alocado, previsto na Constituição, era de R$ 55,6 bilhões.

O texto prevê repasse da União de R$ 19,6 bilhões para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), o equivalente a 12% dos recursos aportados dos estados e municípios.

Obstrução

A oposição obstruiu os trabalhos durante quatro horas, mas acabou seguindo um acordo para a votação da proposta. A líder do PSol, deputada Talíria Petrone (RJ), cobrou prazos e valores específicos para recompor o orçamento de universidades, da Saúde e do IBGE, compromisso proposto pelo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), para aprovar a matéria.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) criticou a definição dos gastos com funcionários públicos. “O que mais choca foi o Parlamento ter aprovado, no meio da pandemia, congelamento de salário de professor, médico e enfermeiro, enquanto a peça orçamentária concede aumento de salário para militares”, protestou. “Estamos dando aumento de salário no meio da crise para quem sequer está enfrentando a pandemia”.

Depois de conversar com lideranças de oposição, o líder da Minoria no Congresso, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), concordou em retirar a obstrução diante do compromisso do governo de reforçar o orçamento da Saúde, da Educação, da Assistência Social e do IBGE, por meio de projetos de abertura de crédito orçamentário (PLNs), que deverão ser apresentados após a aprovação do Orçamento.

Chinaglia também pediu que as emendas não admitidas pelo relator sejam utilizadas como referência para negociação.

Eduardo Gomes (MDB-TO), por sua vez, reiterou o compromisso do governo para reforçar as áreas demandadas.

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