metropoles.com

PIB do Brasil cai 4,1% em 2020, maior queda desde 1996

Baixa interrompe o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019. Dados foram divulgados nesta quarta-feira

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
Comércio do DF fechado por causa do coronavírus
1 de 1 Comércio do DF fechado por causa do coronavírus - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 3,2% no quarto trimestre de 2020, mas encerrou o ano com queda de 4,1%, totalizando R$ 7,4 trilhões. É o maior recuo anual da série iniciada em 1996.

O tombo interrompe o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019, quando o PIB acumulou alta de 4,6%. O PIB per capita alcançou R$ 35.172 no ano passado, recuo recorde de 4,8%.

Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta quarta-feira (3/2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda registrada no ano passado é mais intensa do que a esperada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele disse, na terça-feira (2/3), que a economia brasileira iria cair “pouco menos de 4%”.

“O resultado é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus”, analisou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais.

“Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”, prosseguiu.

Em 2020, os serviços encolheram 4,5%, e a indústria reduziu 3,5%. Somados, esses dois setores representam 95% da economia nacional. Por outro lado, a agropecuária cresceu 2%, apesar da crise causada pela pandemia.

0

Nos serviços, o menor resultado veio de outras atividades (-12,1%) – restaurantes, academias, hotéis. Já a segunda maior queda ocorreu nos seguintes setores: transportes, armazenagem e correio (-9,2%).

“Os serviços prestados às famílias foram os mais afetados negativamente pelas restrições de funcionamento”, ressaltou a coordenadora do instituto.

Na indústria, o destaque negativo foi o desempenho da construção (-7%), que voltou a cair depois da alta de 1,5% em 2019, além das indústrias de transformação (-4,3%), influenciadas pelo recuo na fabricação de veículos.

A agropecuária cresceu no ano puxada pela soja (7,1%) e pelo café (24,4%), que alcançaram produções recordes na série histórica. Por outro lado, algumas lavouras registraram variação negativa, como laranja (-10,6%) e fumo (-8,4%).

Demanda

Pelo lado da demanda, todos os componentes recuaram em 2020, na comparação com o ano anterior. O consumo das famílias teve o menor resultado da série histórica (-5,5%).

Isso pode ser explicado, segundo a coordenadora de Contas Nacionais, principalmente pela piora no mercado de trabalho e pela necessidade de distanciamento social.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?